sábado, 7 de maio de 2016

(Opinião) Mota Faria falhou o entendimento

A última assembleia municipal durou cerca de 10h. A meio da tarde ainda se discutia o primeiro ponto da OT. Nessa matéria continua tudo como há cerca de 30 anos. Lembro-me bem!
As picardias políticas foram imensas e, em abono da verdade, são próprias do debate político. No entanto, por vezes, para além de inúteis são mesmo prejudiciais aos interesses do concelho. Vem isto a propósito de uma moção apresentada pelo BE que, em síntese, propunha duas coisas singelas:
A primeira visava que a assembleia municipal, unanimemente, exigisse ao atual governo a reconsideração da candidatura a centros de referência do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, no domínio de duas especificidades oncológicas.
Como se sabe, a administração falhou o prazo legal e o governo de Passos Coelho não a aceitou, rejeitando mesmo uma insistência nesse sentido. Mais um segredo fechado a sete chaves aberto agora pela imprensa local!
A segunda, pretendia explicações da administração, “sendo que esta já tinha demonstrado disponibilidade nesse sentido”, expressão de Carlos Vieira que assim julgava poder ultrapassar as reticências do PSD e do CDS ao texto.
Moral da história, a assembleia rejeitou a moção e a ideia principal: a reconsideração da candidatura, indissociável da exigência do Centro Oncológico. Tudo isto para não “melindrar” a administração. Este absurdo, para além dos partidos da oposição, também não foi acompanhado por alguns deputados municipais da maioria que se abstiveram.
O próprio presidente da câmara reconheceu que o incumprimento do prazo era uma falta sem desculpa. E o que faltou mesmo, no momento, foi um Mota Faria presidente mais racional, menos corporativo, como assumiu ser João Cota, que se absteve, ou mais moderado e amigo do concelho, como Carlos Vieira e a oposição demonstraram. Mota Faria falhou o entendimento.

JC 2016.05.02

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