Agora
é o tempo do Presidente da República
O Governo da direita foi derrubado por uma moção de censura apresentada
pelo PS e apoiada pela restante esquerda parlamentar. E só foi assim porque
António Costa garantiu ter uma alternativa estável para toda a legislatura,
suportada por uma “posição conjunta”, designação oficial que titula cada um dos
três documentos assinados.
Concorde-se ou não com a solução encontrada pelo PS - e eu não concordo - a verdade é que ela existe
e só pode ser julgada pelo resultado da governação que se segue. Será, a partir
de hoje, o caminho em que todo o PS se vai envolver.
Assim, a PàF ao agitar fantasmas, ao prognosticar o “tremendismo” e
o desastre ou ao tentar ligar às flutuações da bolsa esta solução política está
a cometer um erro. Em breve se verá se as promessas do PS são exequíveis, se
têm conforto orçamental e se respeitam os compromissos internacionais. As
contas apresentadas dizem que sim.
E se assim for, o
eleitorado, mesmo o mais relutante, aprovará as medidas e chegará à conclusão
de que afinal, no passado recente, teria sido possível fazer mais e melhor.
Trata-se de uma viragem no modo como se olham os rendimentos das pessoas,
respeitando-as, bem como de projetar com maior equidade as políticas sociais. Sublinho
este cenário, porque, objetivamente, não são as conjeturas, as suposições, mas
sim os resultados que determinam os êxitos de uma política.
É dito, e
compreende-se bem, que são muitas as promessas e pouco o dinheiro.
E se assim não
for? E se a coligação de direita tiver ido longe demais, para além do
necessário? Então o mais certo é ser possível confortar as promessas nas
disponibilidades orçamentais e materializar a sua concretização real
E se assim não
for? Nesse caso competirá ao próximo Presidente da República, independentemente
da sua origem, devolver a palavra aos eleitores para que usufruam da
oportunidade de sancionarem o incumprimento de expectativas que, afinal, não terão
sido concretizadas ou não terão obedecido ao estrito respeito pelos nossos
compromissos internos e externos.
Portanto,
especular agora sobre esse futuro próximo não é prudente, de parte a parte,
porque o risco de “ser ou não ser” é a sério, existe mesmo. Já a dicotomia
entre “ser ou não ser” legítima ou ética a solução encontrada vai continuar a alimentar
a polémica que prevejo vá subir de tom.
No entanto, as
pessoas em geral e os agentes económicos em particular o que querem,
respetivamente, é encontrar soluções para os seus problemas e ventos favoráveis
para a economia. Por tudo isto, vão exigir uma solução fiável e rápida. Vamos
aguardar, porque agora é o tempo
do Presidente da República.
DV
2015.11.11
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