A campanha eleitoral que agora vai começar
oficialmente terminará em duas semanas, a 2 de outubro. Em breve saberemos
sobre quem recairá a escolha dos eleitores e tenho a certeza de que na base da
sua decisão estará o sentimento de confiança.
É exatamente à volta da “confiança” que o
debate político se vai centrar. O Governo vai insistir nos resultados da
economia e do emprego, procurando demonstrar que não houve excesso de
austeridade, nem esforço para além da “troika”, tentando mesmo provar que,
afinal, até tem desconhecidas preocupações sociais.
As oposições vão continuar a exercer o
contraditório, sendo que apenas António Costa o fez com êxito durante um debate
televisivo que foi visto por 3,4 milhões de pessoas. É que de todos os partidos
políticos só o principal adversário da coligação, o PS, foi capaz de apresentar
caminhos alternativos, com contas feitas e publicamente escrutináveis.
A maioria PSD/CDS (“PAF”) tem somado muitos
erros desde a infeliz intervenção de Paulo Rangel, nos finados de agosto. O
debate foi mais um momento de grande fragilidade, seguido de um outro
inexplicável: o aparecimento de Miguel Relvas como comentador de serviço da
coligação.
Sim, já não estamos a avaliar os méritos ou
deméritos das políticas, mas os dos seus intérpretes e, neste caso, com o
regresso a um passado recentíssimo que não ilustra a coligação. Mas eles lá
sabem!
O novo debate entre Passos Coelho e António
Costa terá decorrido esta quinta-feira. À hora que escrevo não sei o que vai
acontecer, mas tenho a certeza de que poderá ser fundamental para mobilizar
vontades finais. Será transmitido pelas rádios e as televisões vão captar todos
os momentos que a seguir serão difundidos. Serão muitos os eleitores que vão,
de novo, estar atentos.
A deriva do BES vai estar presente, através de
um banco Mau que ninguém quis e de um Novo Banco que ninguém quer. O problema
foi empurrado para a frente, para 2016, mas o défice de 2014 vai ser revisto em
alta, para trás.
A Segurança Social deverá constituir um ponto
alto, porque um Governo que assegurou a Bruxelas, por escrito, um corte nas
reformas de 600 milhões de euros tenta agora dar o dito por não dito, mas sem
contraditório eficaz para uma nova metodologia de financiamento, com fontes diversificadas,
propostas pelo PS, que salvaguarda as pensões, reformas e prestações sociais.
Finalmente, será esgrimido o contraditório
sobre o crescimento e o emprego, o aumento da taxa de pobreza, já confirmado
pela OCDE, as propostas fiscais para as pessoas e as empresas, nomeadamente a
TSU, o aumento do poder de compra e, nesta matéria, ficarei curioso sobre o que
será dito sobre a “produção nacional” a única que pode tornar o consumo
virtuoso. António Costa, neste debate sobre a “Confiança” vai tentar provar o
que tem vindo a dizer, que há outro caminho e que “palavra dada, palavra
honrada”.
DV
2015.09.16
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