|
EIS
ALGUNS EXCERTOS:
O FATOR
SÓCRATES
VISÃO: O
fator Sócrates pode ou não pode contaminar, ou, pelo menos, provocar ruído na
campanha?
AC: Espero que nem a Justiça
contamine a política nem a política contamine a Justiça. Eu não tenho feito
comentários sobre o caso.
VISÃO: O António Costa não. Mas muita gente do PS tem-no feito, e com uma militância que quase subscreve a tese do "preso político"...
AC: O PS tem tido uma enorme maturidade
política e uma notável fidelidade aos princípios básicos do Estado de Direito e
à separação de poderes. Vamos continuar a seguir esta linha e não vou fazer
comentários. Mesmo quando o dr. Passos Coelho estava a ser flagelado pela
comunicação social a propósito das suas dificuldades com a Segurança Social, eu
disse que não queria uma democracia de casos e não alimento essas campanhas.
Portanto, não vou fazer comentários sobre o dr. Passos Coelho, nem sobre os
processos que envolvem o n.º 2 do PSD [Marco António Costa]. E portanto também
não os farei sobre o caso Sócrates, apesar da deselegância revelada pelo primeiro-ministro
a tratar destes assuntos.
VISÃO: Apesar de tudo, não se pode dizer que o PSD tenha aproveitado este caso como arma de arremesso político...
VISÃO: Apesar de tudo, não se pode dizer que o PSD tenha aproveitado este caso como arma de arremesso político...
AC: Foge-lhe sempre o pezinho para a
chinela...
VISÃO: Voltou a visitar Sócrates em Évora?
AC: Não.
VISÃO: Só lá foi uma vez, certo?
AC: Sim.
NOVO
MINISTÉRIO
VISÃO:
Já tem uma equipa para atacar, com nova postura perante Bruxelas,
os assuntos europeus?
AC: Admito que no atual momento europeu,
Portugal deva ter um membro do Governo exclusivamente dedicado aos assuntos
europeus com estatuto superior a secretário de Estado.
VISÃO: Um ministro dos Assuntos Europeus, portanto...
AC: (Sorrisos) Não vale a pena estarmos aqui nas adivinhas, senão ainda me pergunta em quem é que eu estou a pensar...
COLIGAÇÕES
E EURO
VISÃO: Há
partidos à esquerda do PS que encaram a hipótese de saída do euro. Ainda vê
esses partidos como hipóteses para parcerias, em caso de acordos de incidência
parlamentar ou coligações?
AC: Eu disse que não devemos limitar o
acesso ao Governo a um grupo restrito de partidos. Mas há uma radical diferença
entre o PS e a dupla Bloco/PCP que tem a ver com a Europa. O que é que essa
diferença impede, não sei. Para nós, a Europa e o euro são inegociáveis.
VISÃO: E como viu o apelo do PR à constituição de coligações, para um Governo de maioria?
AC: Há quem tenha visto nessas palavras
um apelo à maioria absoluta do PS... (Risos)
VISÃO: Essa é a sua interpretação otimista ou irónica das palavras do Presidente?
AC: O meu otimismo não vai tão longe... O maior anseio que os portugueses têm hoje é o de se verem livres deste Governo e destas políticas. O que eu mais oiço na rua é: "Corra com eles!". E nós temos de respeitar o mandato do eleitorado. Quem vota no PS é para mudar de governo e também de políticas. Ora, para isso, não faz sentido ficar dependente dos que querem as mesmas políticas. Quem quer mudar, vota no PS. Quem quer as mesmas políticas vota na coligação PAF!
VISÃO: Essa é a sua interpretação otimista ou irónica das palavras do Presidente?
AC: O meu otimismo não vai tão longe... O maior anseio que os portugueses têm hoje é o de se verem livres deste Governo e destas políticas. O que eu mais oiço na rua é: "Corra com eles!". E nós temos de respeitar o mandato do eleitorado. Quem vota no PS é para mudar de governo e também de políticas. Ora, para isso, não faz sentido ficar dependente dos que querem as mesmas políticas. Quem quer mudar, vota no PS. Quem quer as mesmas políticas vota na coligação PAF!
VISÃO: A forma como disse esse PAF vai obrigar-me a escrever a sigla a bold...
AC: Sim, como nos livros do Astérix! (Risos)
RENEGOCIAÇÃO
DA DÍVIDA
VISÃO: Não
defende a reestruturação ou renegociação da dívida?
AC: Quem tem defendido essa solução não tem tido muito sucesso, como se viu no caso grego...
AC: Quem tem defendido essa solução não tem tido muito sucesso, como se viu no caso grego...
OS
CARTAZES
VISÃO: E os
tiros no pé dos cartazes?
AC: Esta campanha oferece temas de
debate mais importantes do que os cartazes...
VISÃO: Os cartazes até já provocaram a demissão do seu diretor de campanha, por causa do uso não autorizado de figurantes para ilustrar histórias não reais. Acha isso bem? E agora, vai tudo para o lixo?
VISÃO: Os cartazes até já provocaram a demissão do seu diretor de campanha, por causa do uso não autorizado de figurantes para ilustrar histórias não reais. Acha isso bem? E agora, vai tudo para o lixo?
AC: O episódio dos cartazes
tratou-se de uma sucessão de equívocos, um caso lamentável e, por isso, pedimos
desculpa.
PRESIDENCIAIS
VISÃO: Outro
fator que pode poluir a campanha para as legislativas é a pré-campanha das
presidenciais.
AC: Eu vejo as pessoas muito preocupadas com a escolha do PS e ninguém fala das escolhas à direita, onde as opções se multiplicam todos os dias... O PS tomará uma decisão no momento próprio. Nesta altura já há um candidato assumido e próximo da família socialista...
AC: Eu vejo as pessoas muito preocupadas com a escolha do PS e ninguém fala das escolhas à direita, onde as opções se multiplicam todos os dias... O PS tomará uma decisão no momento próprio. Nesta altura já há um candidato assumido e próximo da família socialista...
VISÃO: Henrique Neto?...
AC: ... Que é o prof. Sampaio da
Nóvoa, uma pessoa pela qual tenho muita estima. E não o revejo na caricatura
esquerdista com que tem sido apresentado. A sua participação em iniciativas do
PS não se limita ao discurso proferido no último congresso. Já participara em
iniciativas de António José Seguro e de José Sócrates.
VISÃO: Mas o PS não está convencido e até há a suposta intenção de Maria de Belém se candidatar...
VISÃO: Mas o PS não está convencido e até há a suposta intenção de Maria de Belém se candidatar...
AC: O PS orgulha-se muito da sua
pluralidade e tem tido, em matéria de presidenciais, uma história de liberdade:
já apoiou um candidato contra a vontade do líder, que se autossuspendeu durante
a campanha [apoio a Ramalho Eanes, em 1981, com o desacordo de Mário Soares],
já teve dois candidatos ambos militantes [Mário Soares e Manuel Alegre em
2006], etc. E acho incompreensível que numa eleição por natureza proposta por
cidadãos e que apela aos princípios da cidadania se defenda que só têm direito
a candidatar-se os nascidos e criados nas estruturas partidárias... quando a
Presidência da República deve ser, por excelência, o espaço da cidadania.
Sem comentários:
Enviar um comentário