Pelo que leio nos estudos de opinião (sem
considerar os secretos que o PSD manda fazer lá em casa) só a sensibilização
dos indecisos pode levar à definição de uma maioria, relativa ou não. Como
sempre, neste momento do “campeonato”, já há indicações claras e a ideia que emerge
é a de que o resultado nos pode levar a “prolongamento” ou a “penalties”.
E aqui chegados importa saber se os eleitores
se conformam com esta possibilidade ou se, pelo contrário, decidem por uma
alternativa, a do PS, ou pela renovação da confiança em quem está.
Os ingleses viveram este contexto e, avisados
pelas sondagens, decidiram a coisa de uma só vez renovando a confiança em quem
estava por entenderem que seria mais seguro ou o menor dos males.
António Costa aposta por isso na “Confiança”
como dominante da sua mensagem. Sabe que ela pode resultar da credibilização
das propostas que apresenta. Tem feito um esforço nesse sentido. Diz como quer
fazer, quantifica os custos, as fontes de sustentabilidade e os efeitos. As
pessoas podem ou não concordar, porque o trabalho que existe lhes permite isso.
A coligação, ao contrário do expectável,
proclama, mas não apresenta contas. Como eleitor não passaria um cheque em
branco a quem nada justifica e transforma tudo numa questão de fé. A direita
diz que “podemos mais” e eu acho que “merecemos mais” e melhor.
Há outra variável importante para os indecisos,
a do carácter. Da sua consistência resultará uma outra “Confiança” que vai muito
para além de qualquer proposta política.
As pessoas querem saber se o seu voto é
confiado a alguém que opte pela grandeza e não pelo ressentimento, que respeite
a palavra dada em detrimento de estranhas oportunidades, em síntese, as pessoas
querem saber se o futuro primeiro-ministro é pessoa de caráter.
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