"Entretanto,
Ricardo Salgado passa hoje
a primeira segunda-feira da sua vida em prisão domiciliária,
uma decisão do juiz Carlos Alexandre, justificada com os tradicionais perigo de
fuga, perigo de perturbação de inquérito e da aquisição e conservação de prova.
O Ministério Público tinha pedido apenas a proibição de se ausentar do país. Os motivos invocados por Carlos
Alexandre para justificar a sua decisão causam enorme perplexidade
a qualquer cidadão com um mínimo de inteligência, embora desprovido de
quaisquer conhecimentos jurídicos: então durante um ano Ricardo Salgado não representou qualquer
perigo de fuga, perigo de perturbação de inquérito e da aquisição e
conservação de prova, andou sempre em liberdade e agora, de repente, pode fugir e
perturbar o inquérito? Se quisesse fugir não o teria feito já
antes? Se quisesse perturbar o inquérito não poderia tê-lo feito até agora? E
que dizer da decisão de o manter em prisão domiciliária com dois polícias à
porta em vez de se decidir pela utilização
da pulseira eletrónica, que sai bem mais barata ao Estado (16 euros por dia
contra 264 euros, ou seja, 480 euros por mês contra 8000 euros?). E
não foi exatamente isto que recusou a José Sócrates, ou seja, regressar a casa
sem pulseira eletrónica mas com polícia à porta?
A justiça tem certamente razões que a razão desconhece, mas há decisões que ultrapassam qualquer raciocínio minimamente coerente. E que deixam no ar a interrogação se não estaremos perante dois pesos e duas medidas. Mas o juiz Carlos Alexandre parece ser um semi-deus, que ninguém se atreve a questionar, nem mesmo quem tem essa obrigação."
A justiça tem certamente razões que a razão desconhece, mas há decisões que ultrapassam qualquer raciocínio minimamente coerente. E que deixam no ar a interrogação se não estaremos perante dois pesos e duas medidas. Mas o juiz Carlos Alexandre parece ser um semi-deus, que ninguém se atreve a questionar, nem mesmo quem tem essa obrigação."
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