sexta-feira, 5 de junho de 2015

(Opinião) A visita do Presidente da República

A visita do Presidente da República 

O Presidente da República, no final da semana anterior, esteve no norte do distrito de Viseu, nos concelhos de Moimenta da Beira, Tabuaço, Penedono e Armamar, visita que acompanhei. Disse o Presidente regressar a Lisboa com uma “nova alma”, muito inspirada na perseverança e trabalho das gentes do Douro. Ainda bem!
E se nestas três últimas autarquias PSD teve ocasião de visitar e conhecer património e iniciativas dinamizadoras da economia local e social, seria uma do PS, a de Moimenta da Beira, a proporcionar-lhe várias inaugurações: Lar de S. Martinho, em Peva, o sintético do estádio municipal e o moderníssimo centro escolar, na sede do concelho, enquanto Maria Cavaco Silva inaugurava o Lar da Artenave, investimentos que deverão ultrapassar os oito milhões de euros.
O périplo promoveu a divulgação de outras realidades, umas culturais e patrimoniais, outras geradoras mais diretas de crescimento e emprego, como foram os casos das caves da cooperativa do Távora e da Polimagra, transformadora de granitos, muito robotizada, com desempenho ao melhor nível europeu.
Ainda que com dimensão distinta, em Penedono, onde foi recebido num muito bem concebido ambiente medieval, pôde ver, na Quinta do Monte, uma recente unidade de criação de porco bísaro, de modo biológico, enquanto em Tabuaço conheceu a Douromel, empresa que apostou na inovação para transformar recursos endógenos (doçaria verdadeiramente light), com base numa parceria estabelecida com a UTAD.
Finalmente, em S. João da Pesqueira, percorreu o Museu do Vinho, desde o lagar tradicional até aos modernos painéis informativos interativos, equipamento que é um ex-libris para a valorização dos vinhos do Douro e da região, representando um investimento superior a 3,5 milhões de euros.
Voltará ao norte do distrito de Viseu, ao Douro Sul, a 8, 9 e 10 de junho, pelo menos a Resende e Lamego, cidade esta onde será assinalado o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Será mais uma oportunidade para insistir no maior desafio de todos: vencer as causas da emigração e da regressão demográfica, a baixa natalidade e as poucas oportunidades de emprego.
O professor Eduardo Anselmo, com quem nessa semana, em Moimenta, partilhei um painel nas V Jornadas de Cidadania, numa prognose até 2040, foi bem claro ao sublinhar que nessa altura seremos pouco mais de 8 milhões e que cada vez menos as mulheres na idade fértil: “A região do Douro perderá 40 mil pessoas, passará de 205 mil para 164 mil”. Portanto, as atuais políticas de natalidade e de apoio às famílias, serão insuficientes para substituir as gerações atuais, o que aliás já acontece desde 1983.
Independentemente de qualquer tradução política que possa ser feita desta escolha das autarquias do Douro Sul, a vinda do Presidente da República foi um momento que permitiu lembrar constrangimentos próprios do interior, mas também uma oportunidade para seguir em frente, com ambição e vontade de vencer. Pode ter sido o melhor sentido da visita do Presidente da República.
DV 03.06.2015

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