A visita do Presidente da República
O Presidente da República, no final
da semana anterior, esteve no norte do distrito de Viseu, nos concelhos de
Moimenta da Beira, Tabuaço, Penedono e Armamar, visita que acompanhei. Disse o
Presidente regressar a Lisboa com uma “nova alma”, muito inspirada na
perseverança e trabalho das gentes do Douro. Ainda bem!
E se nestas três últimas autarquias
PSD teve ocasião de visitar e conhecer património e iniciativas dinamizadoras
da economia local e social, seria uma do PS, a de Moimenta da Beira, a
proporcionar-lhe várias inaugurações: Lar de S. Martinho, em Peva, o sintético
do estádio municipal e o moderníssimo centro escolar, na sede do concelho,
enquanto Maria Cavaco Silva inaugurava o Lar da Artenave, investimentos que
deverão ultrapassar os oito milhões de euros.
O périplo promoveu a divulgação de
outras realidades, umas culturais e patrimoniais, outras geradoras mais diretas
de crescimento e emprego, como foram os casos das caves da cooperativa do
Távora e da Polimagra, transformadora de granitos, muito robotizada, com desempenho
ao melhor nível europeu.
Ainda que com dimensão distinta, em
Penedono, onde foi recebido num muito bem concebido ambiente medieval, pôde
ver, na Quinta do Monte, uma recente unidade de criação de porco bísaro, de
modo biológico, enquanto em Tabuaço conheceu a Douromel, empresa que apostou na
inovação para transformar recursos endógenos (doçaria verdadeiramente light),
com base numa parceria estabelecida com a UTAD.
Finalmente, em S. João da
Pesqueira, percorreu o Museu do Vinho, desde o lagar tradicional até aos
modernos painéis informativos interativos, equipamento que é um ex-libris para
a valorização dos vinhos do Douro e da região, representando um investimento
superior a 3,5 milhões de euros.
Voltará ao norte do distrito de
Viseu, ao Douro Sul, a 8, 9 e 10 de junho, pelo menos a Resende e Lamego,
cidade esta onde será assinalado o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas.
Será mais uma oportunidade para
insistir no maior desafio de todos: vencer as causas da emigração e da
regressão demográfica, a baixa natalidade e as poucas oportunidades de emprego.
O professor Eduardo Anselmo, com quem
nessa semana, em Moimenta, partilhei um painel nas V Jornadas de Cidadania,
numa prognose até 2040, foi bem claro ao sublinhar que nessa altura seremos
pouco mais de 8 milhões e que cada vez menos as mulheres na idade fértil: “A região do Douro perderá 40 mil pessoas,
passará de 205 mil para 164 mil”. Portanto, as atuais políticas de
natalidade e de apoio às famílias, serão insuficientes para substituir as
gerações atuais, o que aliás já acontece desde 1983.
Independentemente de qualquer
tradução política que possa ser feita desta escolha das autarquias do Douro
Sul, a vinda do Presidente da República foi um momento que permitiu lembrar
constrangimentos próprios do interior, mas também uma oportunidade para seguir
em frente, com ambição e vontade de vencer. Pode ter sido o melhor sentido da visita
do Presidente da República.
DV 03.06.2015
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