quinta-feira, 25 de junho de 2015

José Junqueiro - O pedido de explicações ao presidente do INEM

As razões da audição - O INEM ganhou ao longo dos anos enorme prestigio junto dos cidadãos pela qualidade dos serviços prestados e o empenho dos seus profissionais. E constitui-se por isso num conceito bem-sucedido e exportável.
Foi pela degradação deste “ambiente” de prestigio e confiança que  chamámos à Comissão de Saúde o responsável do INEM, Paulo campos.
A urgência das pessoas é grande, aumentou mesmo em 2015, mas a resposta do INEM é pequena, porque aumentaram os tempos de espera no atendimento pela falta de recursos humanos que o Governo nunca quis resolver
A paralisação das VMERs é um problema recorrente que tem originado consequências trágicas. Os três episódios de Évora ocasionaram 7 mortes. O Governo para aliviar a consciência manda fazer inquéritos mas até hoje nunca nenhum se concluiu. Um clássico!
A instabilidade é geral. É orgânica pelo abrupto movimento de fusão de delegações e pela saída, por exemplo, de cerca de 50% dos dirigentes nos serviços centrais. Por exemplo: extinguiu a delegação regional do Algarve, o CODU e ameaça a VMER de Albufeira.
É funcional - Paralelamente as chefias, por exemplo, no Centro puseram os lugares á disposição e o último caso de demissão aconteceu em Évora há poucos dias.
A motivação já teve melhores dias e é por isso que os conflitos laborais são hoje uma evidência e um constrangimento, assumido por trabalhadores e pelo seus legítimos representantes.
A campanha eleitoral - Anunciou-se agora, em véspera da vinda do ministro à Comissão, que o INEM teria um investimento de 22 milhões de euros para a compra de meios de socorro, até às eleições. Serão 75 ambulâncias que não existiram durante quatro anos e que agora a 4 meses de eleições vão fazer parte do “financiamento” da campanha eleitoral.
Do mesmo modo, anunciam-se neste últimos 4 meses a abertura dos concursos negados nestes últimos quatro anos. Para além de não serem preenchidas as vagas em tempo devido, o número é insuficiente.
A falta de recursos humanos - No INEM tem 770 técnicos de emergência (TE) mas o quadro prevê 938. Nos centros urbanos (CODU) há 185 técnicos operados de telecomunicações (TOTE), mas o mapa de pessoal prevê 296.
Para suprir estas carências tomam-se decisões erradas como, por exemplo, reduzir na cidade de Lisboa o horário de funcionamento a partir do dia 15 de junho
Inquérito / Ambiente geral
As situações mais dramáticas no atendimento ou as de abuso de poder dominante foram objeto de inquéritos, alguns dos quais esperam a luz do dia há mais de 2 anos.
O ambiente laboral  é péssimo, a instabilidade orgânica e funcional degradou-se e sente-se uma contestação é geral.
Neste contexto, as perguntas objetivas são estas: sente-se o presidente do INEM confortável no exercício das suas funções? Como explica a degradação deste ambiente?  Acha que nada tem a ver com isto? Ou, como diz Carlos Tê, em poema musicado por Rui Veloso, também a si lhe “parece que o mundo inteiro se juntou para me tramar?”
O presidente do INEM convocou para a audição os responsáveis dos serviços. Teve medo de ir sozinho e quis fazer uma coreografia, um número. Convocou os responsáveis dos serviços para o acompanharem, como quem diz, estão a vcer todos me querem.
Por isso lhe referi que se na AR o PS tivesse atitude semelhante deveriam estar na sala os trabalhadores, os seus representantes, as ex-chefias que saíram ou os familiares das vítimas.
Por isso, foi referido ao presidente do INEM que sobre esta presença - e aproveitei para trazer de volta a música de Rui Veloso – ficava o aviso de que, um dia, "por mais amigos que tenha", se sentirá "sempre sozinho".

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