segunda-feira, 15 de junho de 2015

Budapeste: A. Costa e P. Sanchez assinalam 30ª de adesão à CEE

"O Secretário-geral do PS, António Costa, e o líder do PSOE, Pedro Sánchez, assinalaram o 30º aniversário da adesão dos dois países ibéricos à então Comunidade Económica Europeia (CEE), hoje União Europeia. 
Em Budapeste, antecedendo o arranque dos trabalhos do Congresso do Partido Socialista Europeu (PES), os dois líderes elogiaram Mário Soares e Felipe González e garantiram que em breve estarão no Conselho Europeu a “virar a página” da austeridade.
Em ano de eleições em ambos os países ibéricos, PS e PSOE elaboraram um documento conjunto, e já aprovado pela família política dos socialistas europeus, onde está plasmado um conjunto vasto de objetivos, designadamente, “devolver a esperança e a confiança no projeto europeu” que há 30 anos mobilizou os cidadãos de ambos os países, com a liderança de Mário Soares e de Felipe González. Esperança e confiança que, para o líder do PS, “infelizmente estes anos tão duros de austeridade têm vindo a enfraquecer”, marcando esta Europa pelo “desânimo, desencanto e pessimismo” que é fruto, como salienta, pela “associação da Europa com a austeridade”.
“A Europa é sobretudo um projeto político e um dos grandes erros dos últimos anos foi ter sacrificado esses grandes objetivos políticos da paz, da democracia e da prosperidade partilhada, em nome dos mercados”, sustentou António Costa. “E é precisamente essa a página que nós temos de virar. Nós temos de voltar a ser a Europa dos cidadãos e não voltar a ser a Europa dos mercados”, vincou o Secretário-geral socialista.
No caso de Portugal, António Costa defende que as prioridades passam pelas políticas de emprego, educação, modernização do Estado, pelo sistema de justiça, pela inovação das pequenas e médias empresas, pela reabilitação urbana e eficiência energética e pela capitalização e desendividamento das empresas. Estas e outras propostas vêm confirmar, na opinião de António Costa, que os socialistas europeus têm “uma alternativa para a Europa” que contraria o pensamento político da direita portuguesa e europeia, que entende que a Europa não tem futuro sem austeridade, e também a esquerda radical que “pensa que não é possível não haver austeridade mantendo-nos na Europa”.

Reformas estruturais devem adaptar-se a cada país
Referindo-se às mudanças que são necessárias na Europa, o Secretário-geral do PS defende que nem todos os países precisam das mesmas reformas estruturais, uma vez que o grau de desenvolvimento e o tipo de obstáculos que enfrentam no seu desenvolvimento económico e bem-estar social também não é o mesmo. Nalguns casos, como acentua, as diferenças chegam a ser até muito diversas.
Segundo o líder do PS uma das principais novidades da proposta que leva ao Congresso do PES passa sobretudo pelo “método” ao defender reformas estruturais adaptadas à medida da realidade de cada país.
António Costa cita, como exemplo, que o documento elaborado pelo PS e pelo PSOE, em vez de propor reformas estruturais que assentem na austeridade e na redução dos custos laborais, aponta para uma alternativa que seja capaz de responder verdadeiramente aos problemas que as duas sociedades ibéricas enfrentam ao nível da competitividade das suas economias.
No caso português medidas que apontam para a “correção do défice de qualificações dos portugueses, modernização do Estado, renovação urbana, eficiência energética, inovação empresarial e deslavancagem do tecido económico”.
António Costa encontra-se hoje e amanhã, em Budapeste, onde está a participar no X Congresso do Partido Socialista Europeu (PES).
Um encontro onde os socialistas europeus vão discutir e aprovar, entre outras questões, resoluções sobre o combate ao desemprego e às desigualdades, a sustentabilidade do Estado social e a defesa da liberdade contra extremismos e um novo impulso para a convergência." (Rui Solano de Almeida, in AS)

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