Visitar o distrito de Viseu leva-nos sempre à descoberta de um passado com futuro, fruto de muito trabalho e sobretudo de grande generosidade de quem consegue dar nova vida a tudo aquilo que já teve outra vida. É o caso das Casas do Lupo. Vala a pena visitar.
"As Casas do Lupo nascem de uma vontade de não deixar apagar memórias. O granito também pode ser quente por dentro. O ambiente é familiar, na sala de estar vislumbram-se os contornos da serra da Estrela e as três casas unem-se através de um varandim tipicamente beirão, de cor verde. A família deu as orientações expressas para manter tudo o que fosse possível e João Laplaine Guimarães e António Santos assinaram o projecto arquitectónico.
A família está unida nos projectos.
Carlos Cunha Torres, o pai, é o homem que gere o negócio. Maria do Carmo
Batalha, a mulher, a engenheira agrónoma que está em todo o lado, no projecto
turístico, na fundação, na quinta e casa da família, que está onde é preciso.
Bernardo Torres, o filho, que trata da parte do marketing e comunicação das
casas da aldeia — e que, ao mesmo tempo, gere uma casa de petiscos em Lisboa.
Mariana Torres, a filha, a curadora da fundação, que organiza os workshops, as
exposições, as sessões de cinema, e muito do que acontece na Lapa do Lobo.
Favorecer a natureza
E cada quarto, e são oito, tem
a sua personalidade, vida própria. Têm janelas que mostram o que acontece na
aldeia, portas de acesso a pequenas varandas, ao jardim, à piscina. Estes
quartos são do passado, do presente e do futuro. Há um quarto verde,
beirão dos
pés à cabeça, com móveis antigos, que surgiu na antiga casa da Laurita, a
antiga proprietária, com salinha de estar, casa de banho verde com janela na
banheira. Há o quarto das galinhas com entrada para uma sala e quarto de casal
no piso superior com uma janela no tecto. Há o quarto dos galos, na casa que
foi do Cintinha, com hall, papel de
parede decorado a preceito com galos, pois claro, vista para jardim,piscina,
casas da aldeia. Há também o quarto dos namorados, pintadinho de branco, com
escadas de acesso às águas-furtadas onde fica esse quarto com janela panorâmica
e uma luminosidade quente e inspiradora. O quarto da Belavista é o mais
moderno, e talvez o mais vaidoso, e fica no prolongamento contemporâneo. Tem
móveis nórdicos, sofás, janelas panorâmicas para o jardim, a piscina e a serra
da Estrela. (por Sara Dias Oliveira)
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