segunda-feira, 20 de abril de 2015

Lapa do Lobo (Nelas) - As Casas do Lupo

Visitar o distrito de Viseu leva-nos sempre à descoberta de um passado com futuro, fruto de muito trabalho e sobretudo de grande generosidade de quem consegue dar nova vida a tudo aquilo que já teve outra vida. É o caso das Casas do Lupo. Vala a pena visitar.

"As Casas do Lupo nascem de uma vontade de não deixar apagar memórias. O granito também pode ser quente por dentro. O ambiente é familiar, na sala de estar vislumbram-se os contornos da serra da Estrela e as três casas unem-se através de um varandim tipicamente beirão, de cor verde. A família deu as orientações expressas para manter tudo o que fosse possível e João Laplaine Guimarães e António Santos assinaram o projecto arquitectónico.

A família está unida nos projectos. Carlos Cunha Torres, o pai, é o homem que gere o negócio. Maria do Carmo Batalha, a mulher, a engenheira agrónoma que está em todo o lado, no projecto turístico, na fundação, na quinta e casa da família, que está onde é preciso. Bernardo Torres, o filho, que trata da parte do marketing e comunicação das casas da aldeia — e que, ao mesmo tempo, gere uma casa de petiscos em Lisboa. Mariana Torres, a filha, a curadora da fundação, que organiza os workshops, as exposições, as sessões de cinema, e muito do que acontece na Lapa do Lobo.

Favorecer a natureza
Por fora, as casas parecem pequenas para a dimensão dos quartos. Quartos amplos, luminosos, decorados com requinte e bom gosto como se cada peça fosse desenhada propositadamente para aquele espaço — há portas antigas recuperadas e transformadas em testeiras de camas, há uma velha manta espalmada numa moldura de vidro na sala das refeições, uma salgadeira de madeira velha restaurada no hall de um quarto. 
E cada quarto, e são oito, tem a sua personalidade, vida própria. Têm janelas que mostram o que acontece na aldeia, portas de acesso a pequenas varandas, ao jardim, à piscina. Estes quartos são do passado, do presente e do futuro. Há um quarto verde,
beirão dos pés à cabeça, com móveis antigos, que surgiu na antiga casa da Laurita, a antiga proprietária, com salinha de estar, casa de banho verde com janela na banheira. Há o quarto das galinhas com entrada para uma sala e quarto de casal no piso superior com uma janela no tecto. Há o quarto dos galos, na casa que foi do Cintinha, com hall, papel de parede decorado a preceito com galos, pois claro, vista para jardim,piscina, casas da aldeia. Há também o quarto dos namorados, pintadinho de branco, com escadas de acesso às águas-furtadas onde fica esse quarto com janela panorâmica e uma luminosidade quente e inspiradora. O quarto da Belavista é o mais moderno, e talvez o mais vaidoso, e fica no prolongamento contemporâneo. Tem móveis nórdicos, sofás, janelas panorâmicas para o jardim, a piscina e a serra da Estrela. (por Sara Dias Oliveira)







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