(Pedro Baila Antunes) - O
município de Viseu, no norte do centro de Portugal, entre o mar e Espanha, está
geoestrategicamente localizado no território nacional. É, por isso, cruzamento
de vias nas direções oeste-este e norte-sul. No entanto, hoje, com outras
exigências de mobilidade, são patentes alguns handicaps no plano ferroviário e na ligação rodoviária ao Sul.
No
Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020, um dos eixos de
desenvolvimento prioritários, o Corredor Internacional Norte, inclui o eixo
ferroviário Aveiro-(ramal de Viseu?)-Vilar Formoso, que deverá privilegiar o
transporte de mercadorias, de financiamento público, quer o eixo rodoviário Viseu-Coimbra
que integra com a A25 a Rede Transeuropeia de Transportes), de financiamento
privado.
Estes
projetos foram confirmados e já calendarizados no Fundo Europeu para
Investimentos Estratégicos, conhecido por Plano Juncker. É certo que o eventual
financiamento privado de um deles traz grandes constrangimentos à sua efetiva
construção e, posteriormente, à sua exploração/utilização.
É
latente a polarização de Viseu cidade-região neste moderno, operacional e
competitivo cruzamento rodoferroviário que se tende a consolidar, articulando-se
Viseu radialmente com diversos municípios. Num raio de 20km encontra-se uma
população superior a 250 mil habitantes e diversos polos industriais.
À
semelhança do país, Viseu — que nunca apostou na industrialização — necessita
de atrair investimento em atividades produtoras de bens e serviços
transacionáveis, que acrescente valor aos recursos endógenos, garanta competitividade
ao território, aumente o emprego e o rendimento locais.
É
reconhecido que houve muito investimento com comparticipação comunitária em
infraestruturas de fomento empresarial/industrial (parques empresariais,
mercados abastecedores, centros tecnológicos, plataformas logísticas…) mal
concebido ou sobredimensionado. Em relação a outros quadros comunitários de
apoio, o Portugal 2020 é muito mais exigente na sua consecução, apostando menos
nas infraestruturas, sobretudo se estas não forem “reprodutíveis”.
Assim,
como fator de impulso à industrialização vital do município de Viseu, baseada em
bens e serviços de cariz tecnológico e noutros setores já tradicionais na
região (p.e. farmacêutico e automóvel) e em cluster
específicos associados aos recursos endógenos (p.e. floresta), para um escoamento
eficaz dos produtos transacionáveis para a Europa (Espanha) ou outros destinos (via
porto de Aveiro), numa interface localizada junto à A25 e à linha ferroviária, possivelmente
aproveitando um dos parques empresariais existentes, numa aposta intrarregional
de proximidade (Viseu Dão Lafões), à escala, após estudos fiáveis de
sustentabilidade, porventura com construção faseada, em eventual consórcio
público-associativo-empresarial, fará sentido refletir sobre a implantação de
uma plataforma logística em Viseu?
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