Em
janeiro deste ano o senhor secretário de estado das Infraestruturas,
Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, afirmou em Viseu que “a Refer está a analisar a proposta da Plataforma
A 25” (leia-se,
câmaras PSD de Aveiro, Viseu e Guarda)
“que preconiza a ligação Aveiro-Salamanca”,
acrescentando ainda “tenho muita
confiança que sejamos capazes de chegar a bom porto nesta negociação”.
Referiu
o mesmo governante, já depois do Governo ter
candidatado esta linha ao mecanismo Connecting Europe Facility (CEF) e ao fundo
de coesão, que “acredita num
entendimento entre os autarcas e que consistirá num corredor novo entre Aveiro
e Mangualde e, depois, a melhoria da atual linha da Beira-Alta... “se houver
dinheiro.”
Neste
mesmo início de ano, dois meses depois desta afirmação, em março, o mesmo
membro do governo revelou à imprensa “que a
(eventual) nova ligação entre Aveiro e Salamanca será decidida depois das
Legislativas” e sem uma palavra para a linha da Beira Alta.
Já
o edil de Viseu, Almeida Henriques, em reação às declarações de Sérgio
Monteiro, disse que “as últimas semanas
trouxeram-nos notícias contraditórias que espero possam ser ultrapassadas (…)
depois de sabermos que o Governo candidatou a fundos europeus a conceção da
linha Aveiro, Viseu, Vilar Formoso, viemos a saber que, provavelmente, a
decisão da sua execução será tomada apenas pelo próximo governo”.
Ora
estes arrufos entre um governante, Sérgio Monteiro, e um ex-governante e
presidente da câmara de Viseu, Almeida Henriques, dizem bem das ilusões que
ambos criaram à região e, sobretudo, espelham a confusão e falta de clareza do
governo PSD/CDS.
Neste
contexto, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis,
os deputados eleitos pelo círculo de Viseu preguntam ao senhor ministro da
Economia o seguinte:
1.
Se o Governo candidatou o corredor
ferroviário Aveiro-Vilar Formoso ao Connecting Europe Facility (CEF) e ao fundo de coesão é
porque já teria decidido fazer esta infraestrutura. Assim, por que motivo o
Governo afirma que não há nenhuma decisão e que esta só deverá ser assumida
pelo próximo Executivo?
2.
Qual o objeto exato da candidatura efetuada pelo
Governo ao CEF?
3.
Tem ou não o Governo a certeza de que o Estado possui os
recursos financeiros necessários para assegurar esta obra, bem como a
intervenção na linha da Beira Alta?
4.
Tendo a linha da Beira Alta, entre a Guarda e Pampilhosa, fortes
constrangimentos na sua estrutura (comboios a 10kms/hora) e horários feridos
por paragens desorganizadas, pergunta-se: está ou não o Governo decidido a
fazer, no imediato, o investimento necessário para repor a normalidade de
circulação? Está ou não disponível para reorganizar os horários de modo a reduzir,
por exemplo, em 30 m, o tempo entre Mangualde e Lisboa?
5.
Finalmente, qual o papel/solução para Viseu na estratégia
ferroviária do Governo?
Os deputados
José Junqueiro, Acácio Pinto,
Elza pais
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