Depositamos
uma grande expetativa em 2015. Será, com as eleições legislativas, um tempo de
mudança e uma oportunidade para redefinirmos o futuro coletivo. Exige-se, por
isso, a participação ativa de todos. A resposta que viermos a dar ilustrará até
que ponto estamos dispostos a experimentar um novo caminho, a procurar um
reencontro com a esperança e a confiança.
Será
aos líderes políticos, mais pela sua experiência e credibilidade do que pela
proliferação de propostas, que competirá fazer com que voltemos a acreditar que
é possível um futuro melhor e que esse combate, certamente intenso, ocorrerá
simultaneamente, entre nós e na Europa.
António
Costa e o PS estarão no centro de todas as atenções. É convicção geral de que
uma alternativa a este governo passará inevitavelmente por eles. E são muitos
os que a desejam, a avaliar pelas sondagens, mas ainda não é certo que isso
chegue para a almejada maioria absoluta. O desafio é grande.
Creio
que a atual coligação de direita pode consolidar-se numa candidatura única. A
não ser assim, também a avaliar pelas sondagens, os estragos eleitorais para
cada um dos partidos individualmente, PSD e CDS, poderão vir a ser enormes.
É
verdade que uma corrida conjunta não é tarefa fácil. Negociar o número de
lugares elegíveis para ambas as partes e fazê-lo no respeito pela igualdade de
género levantará muitas tensões, mas candidaturas próprias terão, no meu ponto
de vista, o mesmo efeito. O currículo deste governo é fracote e no íntimo de
cada um é percebido assim.
A
outra realidade a ter em conta neste rápido percurso, até setembro próximo,
será a do papel que a justiça venha a desempenhar. Se 2015 se transformar num
ano de casos, tal como aconteceu no segundo semestre de 2014, então cada dia poderá
ser uma eternidade.
E
se o inexistente segredo de justiça continuar com esse estatuto, então muito
mais água correrá debaixo das pontes. E uma campanha feita neste contexto será
mais desmobilizadora do que moralizadora para a participação do eleitorado.
Ninguém
é inescrutável, incluindo a própria Justiça, os seus agentes e as polícias
criminais. As sondagens também revelam números sobre estas realidades,
infelizmente muito negativos, constatação que deve deixar preocupados todos
aqueles que querem ver robustecidos os pilares da democracia. E, para isso, a
confiança na Justiça e na separação de poderes é fundamental.
Resta-nos,
pois acreditar que a responsabilidade de todos faça de 2015 o ano da mudança e
da confiança.
DV
2014.12.31
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