O
secretário de estado Sérgio Monteiro afirmou em Viseu que a Refer está a
analisar a proposta da Plataforma A25 (leia-se, câmaras PSD de Aveiro, Viseu e
Guarda) que preconiza a ligação Aveiro-Salamanca. Segundo o próprio, acredita
num entendimento entre os autarcas que consistirá num corredor novo entre Aveiro
e Mangualde e, depois, a melhoria da atual linha da Beira-Alta ... “se houver
dinheiro”, acrescentou.
Não
era esta a solução encontrada há poucos meses pelos mesmos autarcas que,
recordo, tinham definido uma outra, a de
um único corredor de raiz. Escrevi na altura que tal entendimento era positivo,
mas não era novo, porque o governo anterior já assim o definira lançando mesmo
o estudo da primeira fase entre Viseu e Celorico. E, no contexto dessa decisão,
a ligação do porto de Aveiro à linha do Norte já fora concluída e inaugurada.
Mantenho,
pois, a defesa dessa tese e de que a prioridade de uma primeira fase é a da ligação
Aveiro-Viseu envolvendo uma estação na nossa cidade. Quanto ao resto é tudo a
“fazer de conta” neste “phasing out” do governo.
Isto,
porque a tal dita proposta tem muitos anos e a única novidade é que o Governo e
os presidentes de câmara das capitais da “Plataforma” são todos do PSD e nada
tendo feito de novo querem deixar a imagem de um “coelho tirado da cartola”.
Depois,
porque analisar o já analisado múltiplas vezes não ilustra quem faz tais
“enfeites”. Por último, um clássico: deixar para o próximo governo, a poucos
meses de eleições a ideia de que se não se fizer a seguir a culpa será sempre
de quem estará e nunca de quem esteve e não realizou.
É
neste mar de falsas expetativas, envolvendo também carreiras aéreas e a rodovia
Viseu-Coimbra, que o PSD se movimenta. O dramático nem é a tentativa de recriar
uma ilusão, mas sim a ideia de que os eleitores são destituídos e não percebem
a “finta”.
Com
tudo isto vamos a caminho de um ano e meio de câmara, com um novo executivo,
mas resultados estruturantes para o futuro ou pilares que o façam acontecer
continuam por aparecer resumido-se tudo ao “gabinete de comunicação e imagem” e
à festa permanente.
As
novas empresas ou indústrias continuam a instalar-se nos territórios vizinhos,
resultado de uma política ousada dos seus autarcas (de vários partidos) com uma
agenda para o crescimento e o emprego. E não é por isso que deixam de ter – e muito
bem – a sua agenda cultural. Se lançarmos um olhar desde Tondela, passando por Mangualde
e Nelas até, por exemplo, Cinfães será fácil constatar esta realidade. Os
números falam por si.
Fica
para memória futura mais um “instantâneo” da novela que a câmara de Viseu se
alimenta. Desta vez, o ator convidado foi Sérgio Monteiro.
DV 2015.01.14”
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