sábado, 6 de dezembro de 2014

AR saúda o cante alentejano, património imaterial da HUmanidade

"Um grupo de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, interpretou cante alentejano, depois de ser aprovado esta sexta-feira um voto de congratulação, por unanimidade, pela inscrição daquela expressão cultural como património imaterial da humanidade. Foi um momento raro no plenário, já que estas actuações costumam estar associadas às comemorações do 25 de Abril.
O grupo esteve nas galerias do plenário e actuou logo que o voto foi aprovado. A proposta de trazer um grupo coral de Cante Alentejano ao plenário partiu da bancada do PCP e foi aceite pela Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. 
No voto, a Assembleia da República “congratula-se pela decisão do reconhecimento do
Cante Alentejano como património imaterial da Humanidade tomada pela Unesco”, no passado dia 27 de Novembro.
“A Assembleia da República felicita de forma destacada todos os grupos corais existentes pelo país e no estrangeiro, pelo seu insubstituível papel de repositório e divulgação deste património e felicita o povo alentejano por sabiamente ter criado, preservado e desenvolvido esta manifestação cultural, cujo reconhecimento pela Unesco engrandece a cultura popular e o país”, lê-se no voto.
O cante alentejano é descrito como uma “expressão cultural e sentida" e “a marca característica de um povo humilde que foi transformando a sua vida, as suas lutas, dificuldades e alegrias em cante e em modas”.
Segundo o mesmo voto, o processo de candidatura incentivou o surgimento de novos e jovens grupos de cantadores". (Público, Sofia Rodrigues)

Nota da Wikipédia
"O Cante Alentejano é um género musical tradicional do Alentejo, Portugal. O cante nunca foi a única expressão de música tradicional no Alentejo, sendo aliás mais próprio doBaixo Alentejo que do Alto. Com o cante coexistiram sempre formas instrumentais de música com adaptação de peças entre os géneros.
A 27 de Novembro de 2014, durante a reunião do Comité em Paris, a UNESCO considerou o Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade.1
É um canto coral, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes. O canto começa invariavelmente com um ponto dando a deixa, cedendo o lugar ao alto e logo intervindo o coro em que participam também o ponto e o alto. Terminadas as estrofes, pode o ponto recomeçar com um nova deixa, seguindo-se o mesmo conjunto de estrofes. Este ciclo repete-se o número de vezes que os participantes desejarem. Esta característica repetitiva, assim como o andamento lento e a abundância de pausas contribuem para a natureza monótona do cante.

No cante sobrevivem os modos gregos extintos tanto na música erudita como na popular europeia, as quais restringem-se aos
modos maior e menor. 2 Esta face helénica do canto poderá provir tanto do canto gregoriano como da cultura árabe, se bem que certos musicólogos se apercebam no cante de aspectos bem mais primitivos, pré-cristãos e possivelmente mesmo pré-romanos. 3 Antigamente o cante acompanhava ambos os sexos nos trabalhos da lavoura. Público era também o cante nos momentos masculinos de ócio e libação, seja em quietude, seja em percurso nas ditas arruadas. Público ainda era o cante mais solene das ocasiões religiosas. Outro cante existia no domínio doméstico, onde era exercido principalmente por mulheres e no qual participariam também meninos.4"

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