O grupo
parlamentar do PS agendou nesta quarta-feira um debate potestativo sobre os
quase 700 despedimentos na Segurança Social, obrigando o governo a vir à
Assembleia da República responder a perguntas concretas e a justificar o
injustificável.
A este
propósito, os deputados do PS eleitos por Viseu já haviam questionado o
ministro Mota Soares e esperam nos próximos trinta dias, tal como a lei exige,
uma resposta clara.
Tal como
escreveram para esse efeito e “... segundo o despacho do secretário de estado
... da análise do documento do ISS sobressai a proposta de redução de 697
postos de trabalho, dos quais 526 assistentes operacionais, 139 docentes, 22
técnicos de terapêutica, 7 enfermeiros e 3 técnicos de orientação
escolar/social.
No centro
distrital de Viseu do ISS, em novembro, mais de duas dezenas de trabalhadores
foram atingidos e “intimados” a entregarem, no prazo de cinco dias, os
respetivos currículos para análise, com vista à sua “requalificação”,
terminologia com que o Governo parece querer esconder a intenção objetiva de
“despedimento”.
A “intimação”, a
carta sob pressão, que lhes foi dirigida, atingiu na sua esmagadora maioria
assistentes operacionais, dezanove em concreto, sendo certo que, globalmente,
encontramos trabalhadores a caminho dos 30 anos de carreira.
Constata-se que
este Governo continua a ferir os mais indefesos, revelando grande
insensibilidade social, ao mesmo tempo em que, este ano de 2014, gastou mais
166 milhões de euros, em estudos e pareceres, do que em 2013.
É, portanto,
imoral que as pseudo “poupanças” se continuem a fazer à custa do direito ao
trabalho dos mais desprotegidos como se fosse neles que se encontrassem as
proclamadas “gorduras do Estado”.
Igualmente grave
é o facto do PS ter colocado a questão na Assembleia Municipal de Viseu e a
maioria PSD, contrariamente a outras autarquias, não ter feito um gesto para
defender estes trabalhadores que são também seus munícipes.
O debate a que
assisto na AR, ao escrever este artigo, revela uma vez mais a insensibilidade
da maioria e o deputado do PSD, João Figueiredo, eleito pelo círculo de Viseu,
acabou de intervir e, como é hábito, fez o frete ao governo justificando a
“requalificação/despedimento” dos funcionários do centro distrital de Viseu do
ISS.
E, igualmente grave, é ter votado contra a proposta feita pelo PS para o
ministro vir à Comissão respetiva justificar-se. O PS teve, por isso, de usar
um direito potestativo que obriga a vinda do ministro. Seja como for, e tendo
ficado claro que no ISS não há trabalhadores a mais, o governo não consegue
justificar os despedimentos.
DV 2014.11.26
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