A
pergunta que esta semana os deputados do PS dirigiram ao ministro da Economia,
Pires de Lima, sobre os corredores ferroviários que poderão vir a servir Viseu,
resulta da falta de resposta clara e de notícias equívocas de que o Governo é o
único responsável
O
facto de ser a oposição a fazê-lo revela as muitas dificuldades dos deputados
da maioria, mas é uma ajuda para os esforços que todo o executivo da autarquia,
sem exceção, tem feito no sentido de uma clarificação do primeiro-ministro.
A
minha convicção, infelizmente, é a de que, contrariamente ao proclamado pela
maioria, e amplificado entre nós pelo PSD e CDS, no seu todo, nada existe de
concreto e da parte de Espanha não há nenhuma intenção de dar sequência ao
projeto.
Mais
grave ainda poderá ser o facto de não se encontrar nenhuma verba elegível
claramente inserida em qualquer quadro de financiamento institucional. A ser
assim, a autodenominada “plataforma da A25”, que apenas inclui três presidentes
de câmara, todos do PSD, poderá ser um mero instrumento político, angariador de
notícias, para alimentar uma falaciosa expetativa.
Ora,
sabendo que a ligação Viseu-Coimbra não existirá, depois de várias moções e
equívocos, temos todos consciência que a plataforma multimodal rodoferroviária,
fundamental à competitividade de toda a região, foi “chão que deu uvas” durante
todo o mandato de Passos Coelho e Paulo Portas.
Acresce,
pois, que a expetativa criada sobre uma estação ferroviária em Viseu é
igualmente falaciosa. Teria sido bem melhor o PSD e o CDS nada terem prometido,
porque para além de nada fazerem só desqualificam a vida política.
As
pessoas em geral e os empresários em particular têm razão no seu desencanto. É
que, para além desta realidade, há outras polémicas que não têm razão de ser.
Discutir, por exemplo, se é prioritário um corredor de raiz, (Aveiro, Viseu,
Salamanca), ou se, pelo contrário, tem mais vantagem a requalificação da linha
da Beira Alta, é uma perfeita inutilidade, porque, pelo andar da carruagem, não
teremos nem uma coisa nem outra.
Assim, ao conjunto de perguntas que agora
foram dirigidas a Pires de Lima (“1. Concretamente, qual a
estratégia do Governo, em matéria de ferrovia, para a região centro do país? 2. Qual
é o conceito definido pelo Governo para “ramal de Viseu? 3. Vai
ou não construir o corredor Aveiro-Salamanca? 4. Vai ou
não intervir na requalificação na linha da Beira Alta? 5. Vai
ou não existir uma estação ferroviária em Viseu? 6. A
existir, estará ligada a que corredor ferroviário? 7. Em
que rubrica e em que documento se encontra consignada a verba necessária?”) tem de corresponder
uma resposta inequívoca: comboio em
Viseu, sim ou não?
Dv 2014-11-05
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