sexta-feira, 7 de novembro de 2014

(Opinião) Comboio em Viseu, sim ou não?

A pergunta que esta semana os deputados do PS dirigiram ao ministro da Economia, Pires de Lima, sobre os corredores ferroviários que poderão vir a servir Viseu, resulta da falta de resposta clara e de notícias equívocas de que o Governo é o único responsável
O facto de ser a oposição a fazê-lo revela as muitas dificuldades dos deputados da maioria, mas é uma ajuda para os esforços que todo o executivo da autarquia, sem exceção, tem feito no sentido de uma clarificação do primeiro-ministro.
A minha convicção, infelizmente, é a de que, contrariamente ao proclamado pela maioria, e amplificado entre nós pelo PSD e CDS, no seu todo, nada existe de concreto e da parte de Espanha não há nenhuma intenção de dar sequência ao projeto.
Mais grave ainda poderá ser o facto de não se encontrar nenhuma verba elegível claramente inserida em qualquer quadro de financiamento institucional. A ser assim, a autodenominada “plataforma da A25”, que apenas inclui três presidentes de câmara, todos do PSD, poderá ser um mero instrumento político, angariador de notícias, para alimentar uma falaciosa expetativa. 
Ora, sabendo que a ligação Viseu-Coimbra não existirá, depois de várias moções e equívocos, temos todos consciência que a plataforma multimodal rodoferroviária, fundamental à competitividade de toda a região, foi “chão que deu uvas” durante todo o mandato de Passos Coelho e Paulo Portas.
Acresce, pois, que a expetativa criada sobre uma estação ferroviária em Viseu é igualmente falaciosa. Teria sido bem melhor o PSD e o CDS nada terem prometido, porque para além de nada fazerem só desqualificam a vida política.
As pessoas em geral e os empresários em particular têm razão no seu desencanto. É que, para além desta realidade, há outras polémicas que não têm razão de ser. Discutir, por exemplo, se é prioritário um corredor de raiz, (Aveiro, Viseu, Salamanca), ou se, pelo contrário, tem mais vantagem a requalificação da linha da Beira Alta, é uma perfeita inutilidade, porque, pelo andar da carruagem, não teremos nem uma coisa nem outra.
  Assim, ao conjunto de perguntas que agora foram dirigidas a Pires de Lima (“1.    Concretamente, qual a estratégia do Governo, em matéria de ferrovia, para a região centro do país? 2.    Qual é o conceito definido pelo Governo para “ramal de Viseu? 3.    Vai ou não construir o corredor Aveiro-Salamanca? 4.    Vai ou não intervir na requalificação na linha da Beira Alta? 5.    Vai ou não existir uma estação ferroviária em Viseu? 6.    A existir, estará ligada a que corredor ferroviário? 7.    Em que rubrica e em que documento se encontra consignada a verba necessária?”) tem de corresponder uma resposta inequívoca: comboio em Viseu, sim ou não?
Dv 2014-11-05

Sem comentários:

Enviar um comentário