Em 2013 António Seguro tinha assumido o compromisso público de reforçar o regime de incompatibilidades, que não a exclusividade do exercício de funções do deputado, bem como reduzir o número de deputados de 230 para 181.
Reiterou agora essa sua vontade e o grupo parlamentar apresentou, respetivamente, um projeto de lei e uma proposta de resolução. Em consequência,na conferência de líderes, Alberto Martins marcou um agendamento potestativo par o dia 1 de outubro, dia em que à discussão se deve seguir a votação. A questão não é nova e a polémica interna e externa também não, como se verá.
PCP e Bloco reagiram com o anúncio de iniciativas próprias sobre a matéria. Aguardam-se as decisões do PSD e do CDS.
(Lusa) O agendamento potestativo
refere-se a um projeto de lei de reforço das incompatibilidades de titulares de
cargos políticos e uma proposta de deliberação para alterar a lei eleitoral à
Assembleia da República propondo a redução dos atuais 230 deputados para 181 deputados.
O líder parlamentar do PS,
Alberto Martins, justificou aos jornalistas a apresentação de uma proposta de
deliberação e não de um projeto de lei com a necessidade de "um consenso
alargado político" com "todos os grupos políticos e todos os deputados".
Questionado sobre o facto
de esta iniciativa depender do desfecho das primárias no PS, porque o candidato
António Costa demarcou-se da proposta apresentada na terça-feira pelo
secretário-geral e candidato às primárias, António José Seguro, Alberto Martins
respondeu: "É uma iniciativa legislativa do PS, uma exigência estrutural
do sistema democrático". "Não nos motivamos
por pequenos calendários, mas por grandes objetivos políticos",
acrescentou.
Alberto Martins reiterou
que o objetivo é que a reforma da lei eleitoral para a Assembleia da República
se conclua antes das próximas eleições legislativas, que se realizam em 2015.
Alberto Martins frisou que
as alterações defendidas respeitam "um vetor essencial exigido pela
Constituição, que é a garantia da proporcionalidade" e pretende resolver
"a questão da representatividade", proporcionando "a aproximação
dos eleitos aos eleitores e a possibilidade de os cidadãos escolherem estar
próximos do seu eleito".
"Isto é fundamental e
para que isto aconteça é preciso que todos os partidos percebam que não há aqui
qualquer regra de liquidação, de afastamento ou de engenharia eleitoral para
alterar o sistema eleitoral no sentido e eliminar partidos, quaisquer que eles
sejam, muito menos por em causa a representação proporcional", disse.
O presidente da bancada
socialista disse que é "tecnicamente sabido" que "a redução do
número de deputados, só por si, não põe em causa o princípio da
proporcionalidade".
"O princípio da
proporcionalidade depende em grande medida de um círculo nacional de
compensação que, em qualquer das soluções possíveis - círculos uninominais ou
distritais agregados ou outros -, se houver um círculo nacional ele pode
garantir, e o nosso objetivo é esse, que não se porá em causa o princípio da
proporcionalidade", sustentou.
Para Alberto Martins,
"os partidos têm que compreender que há hoje em Portugal, na Europa, e um
pouco por todo o mundo, uma crise de confiança na representatividade, nos
políticos e na política e nas instituições".
O PCP e o BE anunciaram
que vão entregar iniciativas sobre a mesma temática, comunicou aos jornalistas
o porta-voz da conferência de líderes, o deputado do PSD Duarte Pacheco.
O secretário-geral do PS
anunciou na terça-feira uma proposta de revisão da lei eleitoral para a
Assembleia da República, com redução de 230 para 181 deputados e introdução do
voto preferencial do eleitor em relação ao deputado.
António José Seguro
apresentou também uma iniciativa para reforço das incompatibilidades dos
titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, com obrigação da
revelação de origem dos rendimentos e indicação das entidades pagadoras.
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