Vamos
entrar no último ano de Governo PSD/CDS sem que nenhum investimento, digno
desse nome, tenha sido realizado no distrito de Viseu. Os únicos ativos que
qualificam o território e a vida das pessoas resumem-se à conclusão de
compromissos dos Governos anteriores. Agora sobram proclamações e faltam
realizações.
O
novo hospital de Lamego, as barragens de Ribeiradio ou a de Girabolhos, o
incremento de energias alternativas, conjuntamente com equipamentos sociais,
unidades de cuidados continuados ou centros escolares, são alguns dos exemplos
que ilustram esta situação.
Ao
contrário, as populações do distrito têm-se confrontado com o encerramento de
tribunais, serviços de saúde ou mesmo com a ameaça de extinção de quase todas
as repartições de finanças. Este nosso interior, com este Governo, está em
saldo, e o país em geral não está melhor.
A
diminuição, no distrito, de alunos no ensino superior, a regressão na
qualificação, a extinção sem alternativa do programa “Novas Oportunidades”, tão
reconhecido e elogiado internacionalmente, a asfixia das IPSS e misericórdias, a
emigração, sobretudo da juventude, ou a estagnação da economia, tal como as
dificuldades no acesso à saúde ou à justiça, são a imagem do momento que
vivemos.
Já
se fala na tal “pipa de massa” que vem aí, de Bruxelas, mas ainda estão por
aplicar na economia cerca de cinco mil milhões de euros. E bem que precisávamos
de políticas de crescimento e emprego. O Governo confundiu austeridade com estabilidade e
crescimento com empobrecimento.
No PS os deputados têm dado voz a estas
preocupações, têm insistido na defesa de políticas alternativas, e têm estado
na primeira linha de combate contra o encerramento do interior. E o seu olhar
tem sido dirigido por igual a todo o distrito, interpretando como seus os
problemas de todos. Pode concordar-se ou não, mas tem sido assim.
O distrito, durante os Governos do PS,
conheceu o maior desenvolvimento de sempre e é bom não esquecer que mais de mil
e quinhentos milhões de euros mobilizaram o privado e público na última década.
E existia um fio condutor, um objetivo e uma estratégia.
Houve, de facto, uma condução política
forte e todos os que tomaram parte neste processo podem partilhar um sentimento
de orgulho, empresários, trabalhadores, autarcas, o movimento associativo e os
que na sociedade civil solidária aproveitaram as oportunidades, sobretudo IPSS
e misericórdias.
Pode a direita dizer que tínhamos uma
dívida de 94% do PIB, mas agora, reconhecemos todos, subiu para 134% e não temos
obra, nem economia. Podem dizer que a “Troika” complicou tudo, mas convém não
esquecer que foi a oposição, nomeadamente a direita que hoje é Governo, que a
preferiu, em detrimento de um “pacto de estabilidade e crescimento” que o Governo
português vira aprovado por todos os Chefes de Estado e de Governo, pelo Banco
Central e pela Comissão Europeia, muito em linha com a “atitude” tributada a
Espanha ou a Itália.
Houve falhas. Haverá sempre. Não foi feito tudo, porque
ninguém faz tudo. Mas o que foi feito entre nós foi bem feito e existe.
DV 2014-08-27
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