O Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, presidiu às cerimónias, missa e inauguração da Casa Memorial, enquadradas nas festividades que ontem ocorreram em Ribafeita, Casalmendinho,
Participei, como deputado, nesse dia de festa religiosa e popular que registou a presença da vereação da câmara de Viseu, o presidente da junta, o diretor do Museu de Grão Vasco, as irmãs do Brasil, Uruguai, Paraguai e do continente Africano, nomeadamente Angola, Moçambique e Cabo Verde.
A Paróquia de Ribafeita e o Instituto Jesus-Maria-José ergueram mais um marco-memorial na vida e obra da Madre Rita, agora Beata Rita, fundadora do Instituto, com o apoio da câmara e junta de freguesia.
Rita Amada de Jesus, viu a
luz do dia a 5 de Março de 1848 num pequeno povoado da paróquia de Ribafeita,
Diocese de Viseu – Portugal. Com muito poucos dias de idade recebe o baptismo e
foi-lhe dado o nome de Rita Lopes de Almeida. Cresceu num ambiente familiar
muito piedoso onde à noite se fazia leitura espiritual e, desde criança,
manifestou ela mesma uma especial devoção por Jesus Sacramentado, por Nossa
Senhora, por S. José e carinho pelo Papa que, por essas alturas, vivia vida
atribulada, a ponto de se ver exilado e, poucos anos depois, espoliado dos
Estados Pontifícios.
A maçonaria, que, em
Portugal, na década de trinta se apoderou dos bens eclesiásticos, mandara
encerrar todas as casas religiosas masculinas e nas femininas proibia a
admissão de qualquer Noviça, concorreu para o cristianismo perder alguma
vitalidade. Além disso, muitos bispos e até sacerdotes descuravam os seus
deveres, pelas constantes lutas políticas em que se viam envolvidos.
No lar desta jovem, todos,
a começar pelos pais, sentiam a ânsia de uma autêntica vivência cristã e desejo
de a comunicar a outros. Deus fez nascer em Rita a vocação
missionária para arrancar os jovens do indiferentismo, dos perigos morais e
exercer apostolado entre em prol da família. Chegou a andar de aldeia em aldeia
a rezar; e ensinava a rezar o terço e espalhar
a vontade sincera de imitar
Nossa Senhora. Encontrava pessoas de vida menos exemplar e fazia tudo quanto
estava ao seu alcance para que Nosso Senhor as arrancasse do mal e as trouxesse
ao bom caminho. Não tardaram ameaças de morte e até houve um homicídio
frustrado. À oração juntou a
penitência. Nas vindas a Viseu, começou a contactar as Irmãs Beneditinas do
Convento de Jesus e conseguiu delas alguns “instrumentos de mortificação”. Cedo
deu conta, juntamente com seu confessor, de que Jesus a chamava à vida de
consagrada, numa época impossível pelas leis ainda vigentes que proibiam
admissões de Noviças. Rita continuava nomundo, entregue ao apostolado, às mortificações, esperançada de que haveria de alcançar a consagração total a Deus e rejeitando peremptoriamente pretendentes, alguns deles ricos, porque no seu íntimo já era “consagrada”. Fazia a Comunhão Reparadora; crescia no fervor eucarístico, na devoção ao Sagrado Coração de Jesus e no forte desejo de salvar almas, tornando-se missionária e apóstola. Comungando no apostolado de Rita, os pais chegaram a albergar em sua casa mulheres desejosas de conversão e de mudar de atitudes e comportamentos morais com que tinham contribuído para a destruição de famílias.
Com cerca de 20 anos viu
que era imperioso consagrar-se a Deus na Vida Religiosa. Confidenciava muito
com sua mãe e o pai, embora muito piedoso, por sentir por aquela filha uma
oculta predilecção, opunha-se a este desiderato. Porque importa obedecer mais a
Deus que aos homens, Rita não esmoreceu e finalmente aos 29 anos conseguiu
entrar num convento de Religiosas, a única Congregação permitida em Portugal
por ser estrangeira e se dedicar apenas à assistência. Ao confrontar o carisma
daquelas Irmãs com o que lhe ia na alma, deu conta que não se coadunava com o
género de apostolado para que se sentia inclinada. O Director Espiritual da
Comunidade a quem se abria inteiramente verificou qual era a vontade de Deus a respeito daquela Aspirante: recolher e educar meninas pobres e abandonadas. Rita deixou aquelas Religiosas de origem francesa e, ainda de acordo com o Revº P. Francisco Pereira S.J., procurou meios de melhor se preparar para o futuro e urgente desempenho da sua especial missão. Deu entrada num colégio onde pôde aprender ao vivo como lidar com as exigências estatais e religiosas.
Comunidade a quem se abria inteiramente verificou qual era a vontade de Deus a respeito daquela Aspirante: recolher e educar meninas pobres e abandonadas. Rita deixou aquelas Religiosas de origem francesa e, ainda de acordo com o Revº P. Francisco Pereira S.J., procurou meios de melhor se preparar para o futuro e urgente desempenho da sua especial missão. Deu entrada num colégio onde pôde aprender ao vivo como lidar com as exigências estatais e religiosas.
Rita, humanamente rica de
predicados e virtudes, profundamente piedosa, levada pelo desejo de cumprir a
vontade de Deus a seu respeito, deixando-se guiar pelo Director Espiritual, ao
sair do Colégio, aos 32 anos, conseguiu vencer as dificuldades de natureza
política e até religiosa para fundar a 24 de Setembro de 1880, na paróquia de
Ribafeita, um colégio e simultaneamente o Instituto das Irmãs de Jesus Maria
José, seguindo o lema da Sagrada Família de Nazaré. Em breve espaço de tempo,
estendeu a Obra de apostolado a outras
Dioceses de Portugal; mas nas Dioceses de Viseu, Lamego e Guarda as autoridades políticas concelhias procuraram por todos os meios obrigá-la a encerrar a Obra.
Dioceses de Portugal; mas nas Dioceses de Viseu, Lamego e Guarda as autoridades políticas concelhias procuraram por todos os meios obrigá-la a encerrar a Obra.
Não lhe faltaram também
dificuldades económicas e ainda internas com uma das suas religiosas. Porém, no
ano de 1910, a implantação da República desencadeou perseguição feroz contra a
Igreja, apoderou-se dos bens que o Instituto possuía, aboliu novamente as
Ordens Religiosas e Madre Rita teve que se refugiar na terra natal. Daqui
conseguiu localizar algumas Irmãs
dispersas, aos poucos reagrupá-las numa humilde casa e pôde salvar o Instituto, enviando-as depois em grupos para o Brasil. Lá continuaram o carisma da Fundadora que faleceu em Casalmendinho (paróquia de Ribafeita) a 6 de Janeiro de 1913, em odor de santidade, confortada pelos últimos Sacramentos.
dispersas, aos poucos reagrupá-las numa humilde casa e pôde salvar o Instituto, enviando-as depois em grupos para o Brasil. Lá continuaram o carisma da Fundadora que faleceu em Casalmendinho (paróquia de Ribafeita) a 6 de Janeiro de 1913, em odor de santidade, confortada pelos últimos Sacramentos.
Tenho que fazer uma visita! Urgentemente.
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