"António Seguro surpreendeu-nos a todos". Eventualmente esta seria uma outra afirmação de António Vitorino acrescentaria à que fez na entrevista que gravou antes da comissão nacional do Vimeiro: "António Costa surpreendeu-me". Em boa verdade todos estamos ainda surpreendidos com tudo.
Transcrevo os dois "post" que coloquei durante a reunião:
"Antonio Seguro faz análise das europeias e anuncia uma nova lei eleitoral, que inclui círculos uninominais e a redução para 180 o nº de deputados. Apresenta um novo regime de incompatibilidades para o exercício de cargos públicos, nomeadamente o de deputados. Objetivo: aproximar os eleitos dos eleitores. Forte saudação da CPN." ...
"António Seguro anuncia primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro. Portanto, serão consultados os militantes e os eleitores. É a primeira vez que acontece uma abertura plena na escolha e uma tentativa de aproximar eleitos e eleitores."
"A partir daqui nada ficará como dantes" assim se costuma dizer quando existe mudança. E ela vai acontecer no PS, sobretudo num momento absolutamente imprevisível. É a primeira vez que um líder, sucessivamente legitimado em eleições diretas, é posto em causa depois de ter trazido o partido a duas vitórias consecutivas no espaço de 8 meses, sobretudo depois de um ciclo anterior de derrotas que acabaria por deixar o PS com 28% e a direita com maioria absoluta.
António Seguro foi surpreendido por António Costa e este acaba de ser surpreendido por António Seguro. O PS também está surpreendido e, ainda mais, os eleitores. Até mesmo a maioria encontrou aqui uma "folga política". E o PS um constrangimento.
Vamos lá ver se nós no PS poderemos fazer de tudo isto uma oportunidade, mas para o nosso país onde as pessoas estão saturadas de quezílias e esperam, isso sim, soluções para os seus problemas.
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