domingo, 8 de junho de 2014

(Opinião) O Governo demite-se?

São muitas as teorias sobre o futuro do governo. Já em 2013, a sua reiterada insistência em decidir à margem da lei e as múltiplas tentativas de a contornar, levou-me a pensar, e escrevi, que a dupla Passos Coelho/Paulo Portas procurava o confronto com um único objetivo: sair, com uma boa desculpa.
De facto, os resultados do Executivo foram sempre medíocres. O aumento de impostos, a diminuição de liquidez nas pessoas, nas famílias e nas empresas ultrapassou todos os limites. 
Bagão Félix, a semana passada fez as contas, na televisão, e demonstrou que a carga fiscal atingiu 57% para um casal de meia idade. Desde a taxa mensal pela utilização do subsolo, até ao IRS, passando pelos impostos diretos, tudo junto, subtrai 57% ao rendimento real daquela família.
Depois de algumas "boas notícias" recentes, começam a emergir as más notícias permanentes. A economia não arranca, o PIB cai, as vendas a retalho têm a maior descida de toda a Europa e o défice no trimestre bate nos 5,6%, bem mais acima do esperado. Sem crescimento não há consolidação orçamental, não há, portanto, capacidade de pagar as obrigações contraídas. O caminho da austeridade e do empobrecimento foi um falhanço total. 
As boas notícias vieram apenas do TC, porque obrigaram à devolução dos rendimentos que o governo, à margem da lei, retirara às pessoas. Perante isto Passos Coelho passou ao ataque frontal ao TC pondo em causa o regular funcionamento das instituições democráticas. 
O PR parece que não existe, mas existe. De facto, o seu compromisso é com o Governo e, por isso, esconde-se. Perante este cenário, tudo leva a crer que PSD e CDS procuram novamente uma boa desculpa para sair. No entanto, a inesperada crise no PS atuou como um balão de oxigénio, de oportunidade. O PR não quer e a história diz-nos que a direita só sai do poder" ao empurrão". Em conclusão, talvez a vontade de sair tenha sido contida pelo PR e pela crise no PS:

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