O deputado do PS José
Junqueiro acusou hoje o Governo de "estar a reduzir os portugueses à
expressão mínima", classificando como "extremismo e radicalismo"
a insistência nos cortes.
"Extremismo
e radicalismo é a insistência nestes cortes, na educação, na saúde, cortes nas
políticas sociais, corte no futuro dos portugueses", afirmou o
vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, em declarações aos
jornalistas no Parlamento, numa resposta às acusações do eurodeputado e cabeça
de lista da coligação PSD/CDS às europeias, Paulo Rangel.
Hoje,
quando questionado sobre a reunião de segunda-feira entre o primeiro-ministro e
o secretário-geral do PS, Paulo Rangel acusou o PS de uma atitude "radical
e extremista" e de "prejudicar os portugueses" e a conclusão do
resgate financeiro ao dizer-se indisponível "para um entendimento".
Dirigindo-se
diretamente ao "correspondente do Governo em Bruxelas", José
Junqueiro respondeu que "extremismo e radicalismo é a redução dos
portugueses à expressão mínima e ao desemprego máximo".
"Quando
o Governo insiste em cortar salários, pensões, reformas, pensões de
sobrevivência, está de facto a reduzir os portugueses à expressão mínima",
acrescentou, ironizando que se Paulo Rangel ambiciona ser futuramente
contratado pelo Fundo Monetário Internacional e "fazer companhia" ao
antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar, não são os portugueses que têm de
"pagar essa fatura".
"Esta
austeridade foi para além dos limites e já se demonstrou que na sociedade
portuguesa é possível fazer consensos, agora o que não é consensual é ter esta
insistência numa política de grande radicalismo", sublinhou o dirigente
socialista.
Questionado
sobre as declarações da chanceler alemã Angela Merkel, que garantiu que a
Alemanha apoiará Portugal qualquer que seja a forma que o Governo escolha para
sair do programa de assistência financeira, José Junqueiro referiu que o apoio
a Portugal deveria ser "uma preocupação anterior e não posterior" ao
programa de ajustamento.
Pois,
acrescentou, o apoio a Portugal a partir de maio não vai eliminar "o
sofrimento das pessoas, os cortes dos salários, nas pensões e nas
reformas".
VAM
// SMA
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