Sem comentários - "A maior parte dos pensionistas não
são pobres, fingem". Foi assim que "João César
das Neves defendeu, em entrevista ao Diário de Notícias, os cortes nos salários
e nas pensões, sublinhando que em Portugal há muita gente que fala em nome da
classe baixa mas que, na realidade, não são pobres e “querem defender o seu”. O
colunista declara, também, que baixar a idade da reforma seria “suicida”."
Agora voltou à carga com este naco de
prosa cuja análise vale a pena ser lida Vejamos:
"O professor João César das Neves escreve
hoje, na coluna de opinião que assina no Diário de Notícias, sobre “o pior
desta crise”: o emprego; sugerindo que para enfrentá-lo é “preciso ajustar os
sistemas à realidade”. Sustentando que “hoje muitos sentem-se úteis acima dos
80, mas há mais de 20 anos que foram forçados à inacção”, pelo que, defende
César das Neves, “ser inactivo, desempregado ou precário não pode ser vergonha,
quando é a condição de quase dois terços dos cidadãos”.
“O pior desta crise está no emprego”
um “problema de altíssima taxa de inactividade” que “é europeu, não só
português”, escreve hoje o professor universitário João César das Neves,
considerando que “para combater é preciso ajustar os sistemas à realidade” e
não ter “medo que mais actividade aumente o desemprego, pois trabalho cria
trabalho” e “é ociosidade que paralisa a economia”.
Neste sentido, prossegue, “ser inactivo,
desempregado ou precário não pode ser vergonha, quando é a condição de quase
dois terços dos cidadãos”, além disso, “idosos, estudantes, crianças,
donas-de-casa, [assim] como artistas, políticos, sindicalistas, sacerdotes, têm
funções decisivas, apesar de não terem emprego”.
“Antes uma pessoa de 65 anos era muito
velha e trabalhava (…) hoje muitos sentem-se úteis acima dos 80, mas há mais de
20 anos que foram forçados à inacção”, afirma João César das Neves,
acrescentando que “o envelhecimento activo é cada vez mais apresentado como
meio decisivo para a qualidade de vida, depois de termos feito tudo para
amarrar os idosos à inércia”.
Na opinião do professor esta “referida
taxa de actividade resulta, em boa medida, de os políticos oferecerem às
populações, como grande benesse, aquilo que na prática constitui a condenação à
irrelevância e ociosidade, tantas vezes acompanhada de aborrecimento, solidão,
apatia”.
“A solução do nosso drama laboral”,
escreve, “seria fácil se conseguíssemos abandonar ideias feitas que décadas de
propaganda nos gravam na mente. É preciso”, por isso, “subir a idade de reforma
e conceber processos educativos mais curtos, dirigidos e eficazes”.
Na coluna que assina no Diário de Notícias
conclui que, “estas mudanças ajudariam até o pior problema nacional a que, por
isso mesmo, ninguém liga: a decadência familiar e colapso da fertilidade. Mas a
humanidade nunca consegue que os conceitos e opiniões mudem ao ritmo do real”. (Minuto a Minuto)
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