domingo, 6 de outubro de 2013

PSD, um governo e um partido de casos, mas a culpa não é apenas dos políticos

O último caso é o de Rui Machete. Não refiro a sua vida privada, nem a imprecisão curricular a que nos habituou. As conclusões poderiam sempre ficar aquém ou além da verdade. Concentro-me apenas  nas suas declarações sobre matéria que está em segredo de justiça, competências reservada aos tribunais. 
Ouvindo de novo o que disse não restam dúvidas que parecia falar com conhecimento de causa. Foi esse o entendimento da Procuradora Geral da República (PGR). E também foi esse o entendimento do Presidente da República ao elogiar as afirmações da PGR no 5 de Outubro. Ambos reconduziram o ministro aos carris da responsabilidade.
António José Seguro fez o que devia. Pediu a demissão do ministro e apelou ao PR que não ficasse de braços cruzados. Foi acompanhado nesse seu gesto por toda a oposição. O PM, Passos Coelho, desvalorizou e deslocalizou o assunto para a arena da disputa política. Portanto, subtraiu o ministro à responsabilidade própria da matéria de Estado que, neste caso, só tem uma consequência: a exoneração.
O PM, Passos Coelho, convive mal com a lei e, consequentemente, com os tribunais e a justiça. O Tribunal Constitucional não é o único exemplo de tentativa de condicionamento público na sua ação. Pelos vistos, agora, a PGR, o Ministério Público, são também envolvidos. 
O PSD e o "povo" deste PSD convive bem com tudo isto. E, se dúvidas houvessem, bastaria voltar a ouvir a declaração de vitória, na noite das eleições, do novo presidente da câmara de Oeiras cujo texto tinha apenas uma palavra: Isaltino. A culpa não é apenas dos políticos.

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