sábado, 19 de outubro de 2013

Conselho Económico Social considera "inaceitável" corte nos salários a partir de 600 euros

O ex-ministro do PSD, Silva Peneda, presidente do CES, No projeto de parecer sobre o Orçamento do Estado para 2014, ao qual  a Lusa teve acesso, "o CES considera inaceitável que esta redução remuneratória  atinja funcionários de baixos rendimentos, visto que serão abrangidos os  funcionários com salários superiores a 600 euros".  
No documento de trabalho que será discutido na segunda-feira, na primeira  reunião do grupo de trabalho da Comissão Especializada de Política Económica  e Social (CEPES), o CES sublinha que não pode "deixar de discordar com a  forma como se vai processar essa prioridade de redução da despesa".  
Condena, por isso, que tal diminuição seja feita "através de reduções  remuneratórias e de reduções da despesa com prestações sociais, numa altura  em que já se verificaram elevadas perdas de rendimento com impacto na procura  interna e na qualidade de vida".  
O projeto de parecer, elaborado pelos conselheiros João Ferreira do  Amaral e João Machado, sugere que "a consolidação orçamental deve ser focada  na redução das despesas com consumos intermédios e nas despesas de funcionamento  do Estado, em detrimento de mais penalizações sobre os trabalhadores das  Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado e pensionistas,  e em detrimento de aumentos da carga fiscal".  
A proposta do Orçamento do Estado para 2014 entregue na terça-feira  pelo Governo no Parlamento prevê cortes nos salários dos funcionários públicos  de 2,5% a 12%.  

O Governo garante que "serão todavia protegidos os rendimentos mensais  até 600 euros, uma vez que se estabelece que os trabalhadores com remunerações  iguais ou inferiores a este valor não são sujeitos à redução e que se assegura  que os trabalhadores sujeitos à medida nunca receberão uma remuneração mensal  inferior a 600 euros". (O próprio Governo acaba de admitir que não é verdade). Este corte substitui os cortes entre 3,5% e 10% que entraram no Orçamento  do Estado para 2011, mas que se aplicavam a partir dos 1.500 euros.  

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