Pedro Marques avisa que aumentar a idade da reforma
"é um erro no contexto actual". O socialista reage assim à notícia
avançada hoje pelo Diário Económico, que revela que a idade legal da reforma
vai passar a resultar da aplicação do factor de sustentabilidade e não dos
actuais 65 anos.
O deputado assegura que esta medida, que está hoje em discussão no Conselho de Ministros, "não tem nenhuma eficácia do ponto de vista orçamental" porque é apenas uma questão de adiar uns meses a idade da reforma. "Esta medida é o Estado a pedir dinheiro emprestado às pessoas a uma taxa de 12% ao ano", alerta.
O ex-secretário de Estado da Segurança Social de Viera da Silva sublinha que é "um erro em geral aumentar a idade da reforma" no actual contexto de níveis históricos de desemprego. "O desemprego afectará mais uns cerca de 100 mil jovens por ano, por cada ano de aumento da idade de reforma, o que é uma desgraça, quando já temos 40% de desemprego jovem". "Vai obviamente haver muito mais gente sem emprego, menos rendimento e isso penaliza a economia", acrescenta.
"É uma medida injusta - não só tendo em conta a expectativa das pessoas -, mas essencialmente de todas as pessoas que estão no desemprego sem qualquer rendimento, e que ficam assim com a vida adiada por mais tempo", afirma o ex-governante socialista.
Pedro Marques faz ainda questão de sublinhar que "esta medida é particularmente desnecessária, quando a nossa idade de reforma com uma pensão completa já está em 65 anos e cinco meses, e na Alemanha, sempre apontada como exemplo, ainda vai em 65 anos e dois meses".
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