Corte dos 4 mil milhões ainda não vai ser anunciado na 2ª feira)
As notícias dão a entender que o guião de Portas (estendendo o prazo por 3 anos e de forma faseada) não foi aceite pela troika.
Que os 4 mil milhões vão aparecer, disso não há dúvida. O problema é como vai o governo aplicar os 4 mil milhões em Portugal, quando a economia está de rastos e não há nenhum consenso sobre esta matéria, com o governo completamente isolado. Não vê o país, nem a economia, com resistência para suportar mais esta dose “cavalar” de austeridade; não há condições sociais nem económicas para aplicar este corte.
AJS não teve propriamente a compreensão que esperava (talvez com a excepção do FMI) da CE ou do BCE, que apenas disseram ser favoráveis ao crescimento, o que toda a gente é; todas as propostas apresentadas pelo PS, algumas bastante razoáveis, foram afastadas pelo governo.
Todo o dossier (dos cortes) foi pessimamente gerido: começou por ser uma refundação do memorando (o que ninguém compreendeu), depois passou a ser uma refundação do Estado (não fazia por menos) e acabou por ser uma reforma do Estado Social, com um número (4 mil milhões) a que ninguém sabe como se chegou e com um debate que nunca foi feito.
O governo que está sempre a exigir a apresentação de propostas (inclusive, alguns economistas até queriam que das manifestações surgissem propostas), esqueceu-se que ele é que não apresentou uma única proposta de corte; apenas foi apresentado um estudo do FMI, com um SE a dizer que estava muito bem feito, com um cardápio que era o cardápio do governo.
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