O primeiro-ministro e o seu governo falharam.
Os sacrifícios dos portugueses não serviram para coisa nenhuma. O ministro das
Finanças já não tem credibilidade e também já não serve para coisa nenhuma.
Falhou todos os objetivos: falhou o défice, falhou a dívida, falhou o
crescimento, falhou o desemprego. E, agora, revê para o dobro a recessão que
supostamente esperava e anunciou, facto que significa mais desemprego para mais
dezenas e dezenas de milhares de pessoas. É tempo do primeiro-ministro falar
verdade e parar de enganar os portugueses
Alguém do PSD, muito conhecido, classificou
como uma “bomba” a confissão do ministro das Finanças, Vítor
Gaspar, sobre o falhanço de todas as suas projeções. Cinquenta e um dias depois
da entrada em vigor, aprovado pela maioria absoluta do PSD/CDS, o OE 2013
passou a ter um valor zero.
Em
Outubro dissemos, reiteradamente, que os pressupostos do OE 2013
eram irrealistas e que não era credível nem exequível.
Há
uma semana foi a vez da Comissão Europeia, uma das partes da Troika, não
esqueçamos, rever em baixa todas as previsões. Todas?
É como quem diz, todas não! Infelizmente, o défice, a dívida e o desemprego
foram revistos em alta. Os sacrifícios dos portugueses também. E, mais uma vez,
tantos sacrifícios para coisa nenhuma.
Nessa
mesma semana e dia saíram os dados da execução orçamental de Janeiro.
O Governo diz que a execução correu bem e dá confiança para as metas do
primeiro trimestre, mas os dados são muito maus:
1.
A
receita esta a crescer 1% (OE previa 7,7%) e a despesa corrente sobe
14,3% (OE previa 7,1%).
2. Em janeiro 2012 o saldo era de 308 M€ e agora há um défice de 31M€. Onde está a consolidação?
3. A receita fiscal sobe 2,4%, muito por obra do aumento IRS, aumento escandaloso do corte nos rendimentos do trabalho das pessoas, e,assim, neste contexto irracional, o IVA cai 4%.
4. Na segurança social as contribuições caem 2,6% e a despesa está a subir 7,8%, com o saldo a perder 80 M€ num só mês
2. Em janeiro 2012 o saldo era de 308 M€ e agora há um défice de 31M€. Onde está a consolidação?
3. A receita fiscal sobe 2,4%, muito por obra do aumento IRS, aumento escandaloso do corte nos rendimentos do trabalho das pessoas, e,assim, neste contexto irracional, o IVA cai 4%.
4. Na segurança social as contribuições caem 2,6% e a despesa está a subir 7,8%, com o saldo a perder 80 M€ num só mês
A Estratégia orçamental
colapsou e o governo deixa de ter estratégia orçamental.
É a espiral recessiva e o ciclo vicioso da austeridade, recessão e austeridade
em todo o seu esplendor: mais défice, mais recessão, mais dívida, mais
desemprego.
Por
muito que se procure, não há qualquer coincidência entre as previsões
da Comissão europeia e o Documento de Estratégia Orçamental do Governo que,
aliás, convém relembrar, foi feito na
clandestinidade, nas costas da Assembleia da República.
E se quanto a Vítor Gaspar estamos
conversados, na equipa da economia a tragédia assume também proporções
inimagináveis. Talvez o ministério precise de aplicar a si
próprio o tal programa “Revitalizar”, se o mesmo se dirigir ao apoio de alguma
ideia, uma que seja, que distinga a sua incompetência do profissionalismo de
uma equipa da “Remax”. É que vender apartamentos, conhecer e trabalhar o
mercado, é matéria para bons profissionais e não para membros do governo, até por motivos curriculares sobejamente
conhecidos.
Diz o primeiro-ministro, com a ligeireza a
que já nos habituou, neste ambiente caótico, que o caminho
seguido é o correto, mas que, afinal, é preciso “mais tempo”. O líder do PS
sempre defendeu que é necessário “mais tempo” para consolidar as contas
públicas e o primeiro-ministro sempre disse que “mais tempo” obrigava a pedir
mais dinheiro.
Apanhado no seu falhanço, tenta agora fazer
uma confusão entre “mais tempo” para o programa da troica e “mais tempo”
para a consolidação das contas públicas. Pouca sorte a do primeiro-ministro,
porque o PS nunca pediu “mais tempo” para o programa da “Troica”, mas sim para
a consolidação das contas públicas.
O
governo atualizou por seis vezes o memorando, unilateralmente, sem consultar os
partidos ou a AR; fez o mesmo com o DEO, Documento de Estratégia Orçamental em
Bruxelas; e decidiu, na clandestinidade, com a “Troica”, em setembro, um corte
de 4 mil milhões no Estado Social.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho disse,
enquanto líder da oposição, em 15 de Março de 2011: “isso é de
uma deslealdade e de uma falta de respeito pelo país, pelos portugueses, pelas
instituições, suficientemente grave para pôr em causa a confiança que o país
tem em quem o governa»... "por ter ocultado as medidas que estava a
negociar com Bruxelas".
Pois senhor primeiro-ministro a sua ação governativa tem sido
isso mesmo “… de uma deslealdade e de uma falta de respeito pelo
país, pelos portugueses, pelas instituições, suficientemente grave para pôr em
causa a confiança que o país tem em quem o governa».
E é isso
que explica a dificuldade do PM sente em
enfrentar o " debate de urgência" proposto pelo líder do PS, António
José Seguro, sobre as "Alternativas
para a saída da crise"
O PM revela
insegurança, mas sobretudo, revela medo em
enfrentar as propostas do PS e de António José Seguro.
Nalguns
sítios está cercado pelas pessoas e aqui está cercado pelo falhanço. O PM tem
medo e foge ao debate. É tempo de governar, não é tempo de
desertar. O PS e o país tomam a devida nota.
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