A autarquia de Viseu, como todos os
partidos em geral, nomeadamente o PS, nunca deixaram cair o projeto de uma
ligação ferroviária. Nesse sentido, há vários anos, o secretário de estado do
governo de António Guterres, Crisóstomo Teixeira, veio a Viseu, a meu pedido,
discutir o lançamento de um estudo que pudesse justificar esse investimento. Os
jornalistas testemunharam o facto. E o estudo foi feito, bem como a respetiva
quantificação.
Mais tarde, no tempo do governo Durão
Barroso, PSD/CDS, foram anunciadas de uma só vez, na Figueira da Foz, cinco
linhas TGV, sendo que a ligação Aveiro, Viseu, Vilar Formoso seria de
prestações elevadas, um pouco mais de 200 kms/hora, bem abaixo dos 300 kms. É
um conceito diferente, mas adequado aos nossos interesses, envolvendo
passageiros e mercadorias.
A boa noticia tinha, no entanto, logo
à partida, um senão: seria a última das prioridades. Com o governo de José
Sócrates, a secretária de estado Ana Paula Vitorino deu um novo impulso com a
ligação de Aveiro à linha do norte e anunciando o estudo e prioridade do lanço
Aveiro/Viseu. Ficou, portanto, de pé a esperança de vir a ter o comboio. Foram
feitos os estudos de impacto ambiental no corredor Aveiro/Celorico da Beira.
O PSD, entretanto, para chegar ao
poder, foi diabolizando tudo quanto era projeto de investimento e diabolizou o
TGV. Classificou-o como obra faraónica, "megalomania socialista". Eis
que agora, para mim sem surpresa, o governo reanuncia o inevitável: dar andamento
à ligação Lisboa/Madrid.
O ministro das Finanças apressou-se a
anunciar a obra e quantificar o reforço da comparticipação comunitária. O
ministro da Economia, nosso conterrâneo, também se apressou, mas para dizer que
a obra seria para 2015, tarefa de um próximo governo.
Ora, o que nós não ouvimos falar, foi
na ligação Aveiro, Viseu, Vilar Formoso. O governo esqueceu-se? Veremos, em
breve. Nunca aceitarei esse esquecimento e, por isso, esta semana dirigi uma
pergunta ao governo, subscrita pelos deputados do PS, questionando a vontade
política em materializar este corredor ferroviário, bem como o respetivo
calendário.
É que não esqueço ser este um
investimento estruturante para o país, para a região e, particularmente, para
Viseu. Não tenho dúvida sobre uma vontade única em Viseu, porque o comboio é um
projeto que nos une.
DV
2013.02.06
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