sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

(Opinião, DV) Estar com os dois pés em Viseu



O governo fez mais ajustes no executivo, acrescentando mais alguns secretários de estado a uma lista de dispensáveis que já vai longa. Finanças, economia ou emprego, são algumas das áreas remodeladas. É a técnica da remodelação em duodécimos, passe a ironia!
Isto significa que, tal como tenho vindo a referir, entre as medidas publicitadas e a vida real há uma enorme distância. Mais impostos, menos economia e mais desemprego são o resultado de um insucesso anunciado. Não se resolve problema nenhum com estas mini-remodelações. As políticas são as mesmas, os ministros permanecem e os resultados não se modificam.
Sendo a imprevisibilidade uma das componentes que não deixam funcionar a economia, das empresas ou das famílias, estes sinais de desagregação permanente não contribuem para criar, simultaneamente, mais confiança e esperança.
As razões são as mais diversas para justificar este ritmo de substituição governativa: incompatibilidade de feitios, por vezes doença ou, então, candidatura a autarquias locais. E, neste último caso, a opção é mais fina. 
Trata-se, no fundo, de permanecer em Lisboa, no executivo, ou regressar à terra para participar e assumir responsabilidades cimeiras na autarquia. O caso mais mediático tem sido o de Vila Nova de Gaia.
Não sei se outros se repetirão, mas é bom esclarecer a nossa disponibilidade. Se, eventualmente, existissem uma crise governativa e eleições sei que, no meu caso, continuaria sempre candidato à autarquia de Viseu e não à Assembleia da República.
As pessoas, os eleitores, devem saber com o que podem contar, têm o direito a conhecer as prioridades do candidato. Já lá vai o tempo em que as pessoas encabeçavam a lista de deputados e a da autarquia e, depois, no final, assumiam uma e não outra.
Com se deveriam sentir os eleitores que tinham confiado a sua voz, e tinham elegido um deputado na Assembleia da República e, depois, ele não assumiria essa função? A mesma questão coloca-se na autarquia, elegendo um presidente que, depois, enjeitaria essa responsabilidade. O que pensar?
Mal. O descrédito na vida política tem aqui, também, algumas explicações. Para que tudo seja diferente, para que exista maior proximidade e confiança só há uma maneira: estar com os dois pés em Viseu.
Dv 2013-01-30

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