sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

SIC (Quadratura) António Costa: o PS teve o mérito de ter defendi do BCE


A colocação de dívida é boa notícia para Portugal; vem confirmar como a questão essencial desta crise das dívidas era a certeza que os mercados tinham que ter de que não haveria incumprimento na Zona Euro e que o BCE e a união monetária funcionavam como sempre funcionaram até 2008 (quando a orientação da senhora Merkel foi diferente); nós beneficiámos disso, como os italianos e a Espanha, e beneficiámos também da existência de liquidez. 
O essencial da questão não tem a ver com o governo, não tem agora como não teve no passado; o mérito do governo, juntamente com os outros governos, foi não ter impedido o BCE de decidir o que decidiu. 
Convém não ter excesso de ilusões, nós não pagámos ou diminuímos a dívida, refinanciámo-la. O PS teve o mérito de, desde o princípio, ter defendido que o BCE devia assumir outro papel. O calendário do défice permanece (e era uma revisão que seria essencial), tal como o efeito recessivo da execução orçamental não se altera.
Os 5% de défice são obtidos com avultado peso de receitas extraordinárias e irrepetíveis (não só a ANA, como a licença 4G, fundos de pensões, a sobretaxa); o problema estrutural manteve-se, as receitas extraordinárias não nos podem dar a ilusão de que a estratégia de consolidação está a dar resultado. Se o crescimento da economia se mantiver ao nível a que está, estes juros continuam a ser insuportáveis, o problema fundamental continua a ser a nossa capacidade de produzir riqueza.

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