domingo, 6 de janeiro de 2013

(Opinião JCentro) 2013, VISEU E UMA VOZ QUE NÃO DESISTA


(Opinião - JC) - Viseu chega ao final de 2013 com mais 28% de desempregados, paralisação de todos os investimentos, mais 42,9% de insolvências, a duplicação de casais no desemprego, encerramento de tribunais e serviços, emigração de jovens qualificados e, para as famílias e empresas, com uma carga fiscal insuportável e sem precedentes.
As taxas máximas de 23% do IVA para setores estratégicos como os da eletricidade e gás, para atividades ancora, como a da restauração, o corte de todos os incentivos fiscais às empresas, nomeadamente no interior, a desregulação nos combustíveis, o estado de negação relativamente ao financiamento das micro, pequenas e médias empresas e à internacionalização da economia, são realidades não previstas no memorando da "Troika", mas apenas na agenda do governo.
A racionalização das autarquias estava prevista, mas o dizimar irracional de freguesias, com o aumento e não diminuição de despesa, com um pior em vez de um melhor serviço público, a criação de novos lugares políticos nas Entidades Intermunicipais, que poderão atingir 79 nomeados, com vencimentos até 4400€ (contestados pela própria ANMP) NÃO constavam de qualquer documento conhecido dos portugueses.
Acrescento que as seis atualizações clandestinas do memorando, efetuadas entre o governo e a "Troika", tal como o documento de estratégia orçamental (DEO), negociado à revelia da Assembleia da República, bem como o corte de 4 mil milhões no Estado Social, combinado em segredo, em Setembro último, entre os mesmos protagonistas, não fazem parte de nada que seja conhecido dos portugueses.
Os partidos da maioria perderam a voz em Viseu, mas é necessário convencer o governo que sem investimento não há retoma, que com apenas austeridade só teremos recessão. E é necessário convencê-lo, de entre as outras 357 propostas apresentadas, da mobilização de 3 mil milhões do QREN para a regeneração urbana; de afetar pelo menos 50% dos 7,5 mil milhões não utilizados para o resgate da banca para o apoio à tesouraria e internacionalização das empresas (estão parados e custam-nos 250 milhões por ano); de negociar com o BEI uma linha de apoio às empresas, de adequar, simultaneamente, a carga fiscal como, por exemplo, na restauração, de modo a obter mais receita fiscal que não seja a dos vencimentos, subsídios ou reformas das pessoas e famílias.
Finalmente, é necessário que o governo admita, com humildade, que estamos a pagar apenas as derrapagens orçamentais, que a dívida em vez de diminuir aumentou de 94% para 120% do PIB e que, por isso, para 2013, é necessário renegociar o memorando para obtermos juros mais baixos e mais tempo a fim de pagarmos a dívida, dar uma oportunidade à economia e um novo fôlego às famílias. Viseu precisa desta oportunidade e, por isso, nas próximas eleições autárquicas, em 2013, precisa também de uma voz que não desista.
JC 2012-12-31

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