FMI - "Relatório" ou "Estratégia" do Governo?

(Opinião) Relatório/FMI, uma ESTRATÉGIA? Pode ser. Carlos Moedas foi convidado a deixar o governo pelo presidente PSD da câmara de Cascais e pelo presidente do Instituto Sá Carneiro. Vários ministros distanciaram-se do relatório/FMI, mas, afinal, como revelou Carlos Moedas,todos participaram nele. O CDS apresentou mesmo medidas concretas de cortes nas prestações sociais, mas fingiu um distanciamento.

Marques Mendes e Santana Lopes, nas televisões, desvalorizaram de imediato as afirmações do autarca lembrando que é ano de eleições e, por isso, muitos outros poderão fazer o mesmo. E desvalorizaram o relatório dizendo tratar-se apenas disso, de um relatório e não de decisões do governo. Tudo coordenado, portanto, entre a família. E foi testada a reação pública e a das oposições, nomeadamente a do PS, particularmente crítica. 

No final, perante tal reação, o governo, em vez de um camião TIR de propostas pode apenas ficar-se por uma furgoneta de decisões e alguns, talvez muitos, até sentirão alívio. Concretizando: em vez de 120 mil funcionários só despedem 50 mil, em vez de 50 mil professores só despedem 20 mil, em vez do corte de 20% em todas as pensões cortam só 10% ... e por aí adiante. 

MAS DESPEDEM E CORTAM. E é assim que olham o Estado Social: uma fonte de financiamento e um meio de constrangimento para, pelo medo, todos poderem aceitar tudo, a qualquer preço e de "bico calado". 

Esta é a teoria do crescimento através do empobrecimento, tal como no "TEMPO DA OUTRA SENHORA". E toda a gente sabe ao que nos conduziu e com terminou.