Síntese - "Percebe-se que PSD e CDS estejam calados. A falta à palavra dada a isso aconselha, mas os outros silêncios não se entendem. A intervenção dos deputados socialistas é permanente, mas não chega nem se substitui a quem politica e partidariamente deve fazer da pública concelhia uma realidade viva. Afinal as pessoas votam nos seus representantes e os partidos fazem escolhas internas para darem voz a quem a não tem, para falar do futuro, de ideias novas, para as coisas boas (museu do quartzo, Viseu “melhor cidade para se viver”), e para as que o não são (desemprego, insolvências, crianças com dificuldades nas escolas). E, quer se goste ou não, dos políticos locais só Fernando Cálix tem tido voz pública."
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O deputado Acácio Pinto
questionou na Assembleia da República o ministro Miguel Relvas sobre o processo
de extinção de freguesias (travestido de reforma da administração local). E, de
forma assertiva, criticou-o por mais uma tentativa, desta vez doce e subtil, de
passar para outros, para o PS, a estafada desculpa da iniciativa ou do projeto
que está a levar o poder local ao desastre.
Mas foi mais longe. Exortou-o a
que apresentasse um nome ou um documento, um único que fosse, para sustentar a
atitude de quem não pode fazer da vida política uma mentira permanente. O
ministro falou, mas sobre a matéria nada disse a seu favor. Passou a palavra ao
secretário de estado da tutela que, igualmente, não pôde responder sobre o que
não existe. Eu estava presente e à espera para, olhos nos olhos, ouvir afirmar
a trapaça, mas nada ouvi. Caiu a máscara ao PSD.
Ficou, mais uma vez, claro,
como reafirmou Acácio Pinto, que o "pater" deste dizimar de freguesias
tem um nome: Miguel Relvas. Enganaram os presidentes de junta, não conseguem
justificar por que motivo a extinção de 1165 freguesias é um número
significativo, e 400, 600 ou 800 são números que nada significam. Nem conseguem
explicar o recurso à matemática e ao centralismo negando aos legitimamente
eleitos a decisão livre de organizarem as suas vidas e a das pessoas que os
elegeram.
O que o governo impõe a Viseu,
excetuando a simplificação natural de três freguesias da cidade, traduz
precipitação, invasão da autonomia do poder local e claro prejuízo dos
fregueses que mais distantes da urbe não têm outra referencia que não seja a do
seu presidente de junta, seja qual for o partido.
A garantia de serviço público,
que o memorando exige, está posta em causa, porque a dita reforma nada mais é
do que a extinção acéfala de entidades que fazem falta à vida das pessoas.
A cidade vai vivendo de
silêncios, interrompidos trimestralmente pela rotina da assembleia municipal.
Percebe-se que PSD e CDS estejam calados. A falta à palavra dada a isso
aconselha, mas os outros silêncios não se entendem.
A intervenção dos deputados
socialistas é permanente, mas não chega nem se substitui a quem politica e
partidariamente deve fazer da pública concelhia uma realidade viva. Afinal as
pessoas votam nos seus representantes e os partidos fazem escolhas internas
para darem voz a quem a não tem, para falar do futuro, de ideias novas, para as
coisas boas (museu do quartzo, Viseu “melhor cidade para se viver”), e para as
que o não são (desemprego, insolvências, crianças com dificuldades nas
escolas). E, quer se goste ou não, dos políticos locais só Fernando Cálix tem
tido voz pública.
DV 2012-11-14
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