sábado, 20 de outubro de 2012

Henrique Monteiro - JANEIRO E ABRIL DOIS MESES FATÍDICOS


Imaginemos que tudo corre bem do ponto de vista do Governo e da coligação que o sustenta. Eu sei que o exercício é difícil, mas tentemos fazê-lo.
Imaginemos, pois, que o Orçamento passa no Parlamento sem alterações significativas e que os estados de alma de Portas e de Passos (um quis demitir-se, o outro não se quer ser queimado em lume brando), deixam de ser partilhados publicamente.
Passamos o Natal como pudermos, entramos em 2013 sem grandes festejos e, sobretudo, sem dinheiro.
Pelo fim de Janeiro, levamos o primeiro choque. A generalidade dos salários e das pensões que nos pagam levam um corte substancial, de centenas (e nos casos dos salários maiores de mais de um milhar) de euros. Olharemos os recibos incrédulos e teremos a verdadeira dimensão do que é o Orçamento e o enorme aumento de impostos.
O segundo momento será em Abril, quando forem divulgados os dados da execução orçamental do primeiro trismestre. Veremos que curva de Laffer (que indica que a partir de uma determinada carga fiscal a receita, em vez de crescer, diminui) fez o seu trabalho. Estaremos mais longe dos objetivos, a recessão será mais funda, os impostos cobrados diminuirão, a economia estará mais débil. E interrogar-nos-emos por que motivo todos o sabiam e, ainda assim, o Governo insistiu. 
São estes os meses fatídicos. Se nada for feito até lá, mergulharemos ou no caos ou no desespero, ou nos dois. Arranjar outro caminho é urgente. 

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