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"Que
fique bem claro para o primeiro-ministro, que fique bem claro para o
Governo: não seremos cúmplices desta austeridade, não cederemos a
pressões vindas de onde vierem. E as propostas alternativas estão na mesa
há muito tempo", disse o vice-presidente da bancada do PS José
Junqueiro, numa declaração aos jornalistas no Parlamento.
Para o deputado, "o Governo já entendeu muito bem
o que isto significa", acrescentando: "Significa que tem de
arrepiar caminho, porque ninguém compreende nem ninguém compreenderia que
pudéssemos estar a disfarçar aquilo que é o falhanço rotundo da política
do Governo".
Questionado sobre se com estas declarações o PS já
decidiu votar contra o Orçamento do Estado de 2013, José Junqueiro
respondeu: "Quer isto dizer que o Governo tem a oportunidade de
arrepiar caminho até à entrega do Orçamento do Estado. Nessa altura
veremos se o Governo arrepiou caminho ou não. Insiste nestas medidas e
nós insistimos no que já dissemos".
"Tem de haver um recuo nessas medidas
1/8apresentadas pelo Governo na sexta-feira 3/8. Isso é claro. Não
seremos cúmplices de mais austeridade sobre mais austeridade. Não
queremos mais confiscos de vencimentos aos portugueses nem mais medidas
discriminatórias", reiterou.
Junqueiro sublinhou ainda que "o Governo tem de ouvir
o que foi dito pelo secretário-geral do Partido Socialista: o PS não será
cúmplice destas medidas de austeridade, o PS não cederá a pressões vindas
de onde vierem", reiterou, considerando que o PS e o
secretário-geral do partido, António José Seguro, têm sido alvo de um
"ataque" por parte do Governo e do PSD nos últimos dias, fruto
destas "posições muito claras" socialistas.
Questionado sobre se espera que haja um
"recuo" do Governo já hoje, na conferência de imprensa do
ministro das Finanças, o deputado socialista disse "esperar
tudo" deste executivo, mas não ter "grande esperança num bom
caminho". "Eu penso que o Governo está perdido, não sabe
ouvir, está possuído de uma enorme arrogância e não consegue ouvir os
portugueses", afirmou.
"Distribuíram uma cartilha agora a todos os
membros do Governo para que cada um não dissesse a sua coisa e pensassem
todos da mesma maneira. Mas basta ter ouvido o ministro Aguiar-Branco ou
hoje também o ministro Miguel Relvas para perceber que ou estão distraídos
ou o ministro Miguel Relvas continua a não estudar e a não perceber nada
do que vem na cartilha", acrescentou.
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