sábado, 15 de setembro de 2012

AMBIENTE DE CONFISCO SELVAGEM E TRAIÇÃO AOS REFORMADOS


AMBIENTE DE CONFISCO SELVAGEM E TRAIÇÃO AOS REFORMADOS

A imposição da TSU (taxa social única) pelo governo não resulta de nenhuma imposição da Troika, conforme nos diz o próprio chefe da missão, Abebe Selassie. Trata-se de uma imposição de Vítor Gaspar, o inefável ministro das Finanças.
E mesmo depois de ter dito que “a descida da taxa social única é uma medida que funciona muito bem no quadro dos modelos utilizados na universidade” mas que “não é algo que tenha sido utilizado em pleno e com os mesmos objetivos em qualquer país”, mesmo assim escolheu o nosso para experimentar!
Compreende-se, pois, que Alexandre Relvas, a interposta voz de Cavaco Silva e seu ex-membro do governo, tenha vindo a público dizer que o Governo errou, quer nas medidas, quer na altura e na forma como foram apresentadas. E vai mais longe, ao condenar nas televisões o "experimentalismo" a mando da "troika".
E se alguém julga que isto não foi articulado, é bom que volte a ver e a ouvir a entrevista de Manuela Ferreira Leite, íntima do Presidente, e ex-ministra e presidente do PSD, na TVI.
Em síntese, o que disse foi isto: a redução da TSU, da contribuição das empresas para a Segurança Social, é uma medida "perniciosa, vai "aumentar dramaticamente" o desemprego", já que os trabalhadores "vão financiar empresas que podem falir". "Não sei qual o interesse desta medida surreal, que ninguém defende". Aproveitou também para condenar o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, por tentar "gerir a tesouraria das empresas” como se estivéssemos na URSS.
Ao mesmo tempo, Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, afirma que falta ao governo alguém de “cabelos brancos”, como quem diz, alguém com experiência, conhecimento e maturidade. No fundo, refere-se à “impreparação do primeiro-ministro” denunciada por Marcelo e, certamente, aos dislates dos “jovens turcos” disseminados pelo executivo e aos “doutores de laboratório”.
Tudo está muito claro. António Seguro teve razão desde início. Todos compreendem a sua defesa de, pelo menos, mais um ano para atingir as metas e dar uma oportunidade à economia e ao emprego. E também fica claro que, como referi, a Troika não impôs a TSU e acaba de reprovar, em discurso direto, a redução dos salários e das pensões.
Paulo Portas está em silêncio. Não é bonito, mas está. Contudo não deixa de ser o parceiro mais decisivo da coligação. Vítor Gaspar está obstinado e irracional. Pedro Passos Coelho tem de o fazer sair. A não ser assim, saem os dois! Tudo num ambiente de confisco selvagem e traição aos reformados.
DB 2012-09-13

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