AMBIENTE
DE CONFISCO SELVAGEM E TRAIÇÃO AOS REFORMADOS
A
imposição da TSU (taxa social única) pelo governo não resulta de nenhuma
imposição da Troika, conforme nos diz o próprio chefe da missão, Abebe
Selassie. Trata-se de uma imposição de Vítor Gaspar, o inefável ministro das
Finanças.
E
mesmo depois de ter dito que “a descida
da taxa social única é uma medida que funciona muito bem no quadro dos modelos
utilizados na universidade” mas que “não
é algo que tenha sido utilizado em pleno e com os mesmos objetivos em qualquer
país”, mesmo assim escolheu o nosso para experimentar!
Compreende-se,
pois, que Alexandre Relvas, a interposta voz de Cavaco Silva e seu ex-membro do
governo, tenha vindo a público dizer que o Governo errou, quer nas medidas, quer na
altura e na forma como foram apresentadas. E vai mais longe, ao condenar nas
televisões o "experimentalismo"
a mando da "troika".
E se
alguém julga que isto não foi articulado, é bom que volte a ver e a ouvir a
entrevista de Manuela Ferreira Leite, íntima do Presidente, e ex-ministra e presidente
do PSD, na TVI.
Em
síntese, o que disse foi isto: a redução da TSU, da contribuição das
empresas para a Segurança Social, é uma
medida "perniciosa, vai "aumentar dramaticamente" o desemprego",
já que os trabalhadores "vão financiar empresas que podem
falir". "Não sei qual o
interesse desta medida surreal, que ninguém defende". Aproveitou
também para condenar o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, por tentar "gerir a tesouraria das empresas” como se
estivéssemos na URSS.
Ao
mesmo tempo, Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, afirma que falta ao
governo alguém de “cabelos brancos”, como quem diz, alguém com experiência, conhecimento
e maturidade. No fundo, refere-se à “impreparação do primeiro-ministro”
denunciada por Marcelo e, certamente, aos dislates dos “jovens turcos”
disseminados pelo executivo e aos “doutores de laboratório”.
Tudo
está muito claro. António Seguro teve razão desde início. Todos compreendem a
sua defesa de, pelo menos, mais um ano para atingir as metas e dar uma
oportunidade à economia e ao emprego. E também fica claro que, como referi, a
Troika não impôs a TSU e acaba de reprovar, em discurso direto, a redução dos
salários e das pensões.
Paulo
Portas está em silêncio. Não é bonito, mas está. Contudo não deixa de ser o
parceiro mais decisivo da coligação. Vítor Gaspar está obstinado e irracional.
Pedro Passos Coelho tem de o fazer sair. A não ser assim, saem os dois! Tudo num
ambiente de confisco selvagem e traição aos reformados.
DB 2012-09-13
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