Sintese - "os portugueses cumpriram" os compromissos internacionais a que o país foi sujeito, "mas o Governo falhou" na receita aplicada...
os socialistas rejeitarão a repetição de medidas de criação de sobretaxas em relação ao subsídio de Natal ...
"Não lhe exijo milagres, mas lucidez para entender que o caminho que está a seguir é errado e perigoso...
LUSA
O secretário-geral do PS advertiu hoje que a agenda ideológica seguida pelo Governo está a dificultar cada vez mais a hipótese de consensos políticos e ameaça "romper" em breve o contrato social.
Estes recados foram transmitidos por António José Seguro no discurso que fez no debate sobre o ‘estado da Nação’, em que sustentou a tese de que "os portugueses cumpriram" os compromissos internacionais a que o país foi sujeito, "mas o Governo falhou" na receita aplicada.
Já depois de ter frisado que os socialistas rejeitarão a repetição de medidas de criação de sobretaxas em relação ao subsídio de Natal - isto, eventualmente, para corrigir um desvio orçamental -, António José Seguro deixou uma série de avisos ao Governo sobre o percurso a seguir nos próximos meses.
"Não lhe exijo milagres, mas lucidez para entender que o caminho que está a seguir é errado e perigoso. Ao longo do último ano, o papel desempenhado pelo PS foi uma mais-valia única, de resto salientada por todas as análises internacionais, mas o Governo malbaratou essa vantagem, muitas vezes de forma gratuita", considerou Seguro.
Neste contexto, o líder socialista disse que o ataque ao PS, "sem possibilidade regimental de resposta, tornou-se uma rotina para o Governo e para a maioria PSD/CDS".
"A vossa postura e a vossa agenda ideológica tornam cada vez mais difíceis os consensos no país. O Governo faz as suas escolhas e será responsabilizado por elas", acentuou o secretário-geral do PS, antes de se dirigir diretamente a Pedro Passos Coelho.
"Quero ser claro senhor primeiro-ministro, as suas escolhas não são nem serão as nossas escolhas. O PS manterá o caminho da responsabilidade e da defesa do interesse nacional, mas há outro caminho alternativo para Portugal", afirmou.
Ao longo do seu discurso, António José Seguro procurou defender a tese de que em Portugal há ainda uma ampla maioria favorável ao cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal no quadro da ajuda externa, dizendo, a este propósito, que a questão "não é entre responsabilidade e irresponsabilidade, mas entre dois caminhos alternativos para alcançar os mesmos objetivos".
De acordo com o líder do PS, o Governo seguiu uma linha que ameaça agora fazer "romper o contrato social", depois de ter criado "sem necessidade" uma sobretaxa dos subsídios de Natal, de cortar subsídios aos trabalhadores do setor público e pensionistas (medida que não estava no memorando), de ter "fragilizado" a escola pública e de "dificultar o acesso aos cuidados de saúde" com a adoção de aumentos dos custos dos transportes de doentes e de taxas moderadoras.
No capítulo da educação e da formação profissional, António José Seguro trouxe à memória de Pedro Passos Coelho a forma como caraterizou no ano passado, em campanha eleitoral, o programa "Novas Oportunidades", uma "certificação da ignorância", e o que então disse a uma cidadã de Vila Real que frequentava esse mesmo programa.
"Disse-lhe, espero que isso lhe sirva para alguma coisa. Pois bem senhor primeiro-ministro, essa senhora que encontrou, Ana Santos Lopes conseguiu emprego na empresa em que estava a estagiar", referiu Seguro.
Segundo o secretário-geral do PS, o atual Governo PSD/CDS teve todas as condições políticas e sociais para cumprir o programa de assistência económica e financeira.
"Teve tudo à sua disposição: Uma maioria absoluta [No Parlamento], um Presidente da República solidário, uma postura construtiva e responsável do PS, a cooperação dos parceiros sociais. Mas é este o ‘estado da Nação’, um país mais pobre, paralisado, desmoralizado e um primeiro-ministro passivo e de braços caídos", considerou o secretário-geral do PS.
"Teve tudo à sua disposição: Uma maioria absoluta [No Parlamento], um Presidente da República solidário, uma postura construtiva e responsável do PS, a cooperação dos parceiros sociais.
Mas é este o ‘estado da Nação’, um país mais pobre, paralisado, desmoralizado e um primeiro-ministro passivo e de braços caídos", considerou o secretário-geral do PS.
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