O clima de crispação existente entre as bases do PSD e alguns membros do governo cresce todos os dias. O nosso distrito nunca foi tão negativamente discriminado como agora. As populações e os autarcas já se aperceberam e os seus representantes, os deputados e os autarcas, também.
Na ultima campanha eleitoral o PS enunciou os investimentos feitos em todo o distrito nos últimos 6 anos e, na altura, o principal partido da oposição não se cansou de apoucar a obra realizada apontando sempre que faltava mais isto e mais aquilo.
Foram mais de 1500 milhões de euros nos equipamentos de saúde, de solidariedade social, na construção de novos centros educativos, na requalificação de escolas do secundário, no lançamento de barragens, no abastecimento de água ao Douro-Sul, nas energias alternativas, nos programas dedicados à agricultura, na massificação dos meios informáticos, no apoio a unidades industriais tão importantes como a PSA/Citroen, no reforço das acessibilidades, nos quartéis de bombeiros e GNR, nos Unidades de Cuidados Continuados ..... enfim, nos centros de saúde e nos tribunais. Discutiam-se, portanto, os investimentos, melhor ou pior, mas investimentos.
O paradigma mudou. Pararam os investimentos, não há novos projectos, encerraram centros de Novas Oportunidades, extensões de saúde, cancelaram-se os acordos de cooperação com as IPSS, atrasam-lhes os pagamentos, suspendeu-se a modernização do parque escolar, está em curso o plano para o encerramento de repartições de finanças, cortaram os incentivos fiscais às micro, pequenas e médias empresas, aumentaram-se os custos de produção com IVA a 23% para o gás, eletricidade e restauração, entre muitas outras limitações que nos foram impostas. O paradigma mudou. Apenas se discutem encerramentos!
Chegou a vez dos tribunais. Primeiro foram seis e, agora, mais três: Vouzela, S. João da Pesqueira e Sátão. Assim, em termos nacionais, o distrito de Viseu é aquele em que existirão mais encerramentos, cerca de 17% do total do país.
Fomos, por isso, ouvir a autarquia de Sátão onde o inconformismo era generalizado. Os deputados do PSD e do CDS estão mudos, com medo, bem ao contrario dos seus autarcas e dos seus militantes. E a indignação vai a tal ponto que esta frase que lhes ouvimos resume o estado de espirito existente: "faz mais falta o tribunal ao Sátão do que a senhora ministra da Justiça ao país".
DV 2012.06. 20
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