Lúcia Silva e Filipe Nunes, candidatos à concelhia de Viseu do PS, proporcionaram esta semana um debate inédito, de campanha interna, estimulado e moderado por dois jornalistas, Amadeu Araújo (DN/TSF) e Tiago Pereira (Jornal do Centro). Nunca tinha acontecido. Foi uma novidade.
Em tom elevado, vincando as diferenças, e sublinhando as suas propostas, proporcionaram aos militantes do PS, no Solar dos Peixotos, um momento de grande significado político. São duas gerações distintas, separadas cerca de vinte anos.
Lúcia Silva, professora, funcionária pública, é a atual presidente da concelhia. É autarca e foi candidata a Coração de Jesus. Filipe Nunes, economista e empresário, foi presidente da concelhia e da federação distrital da JS. Foi deputado municipal até 2009.
Lúcia Silva, valorizou o trabalho feito e bem pode, porque quando assumiu as atuais funções o PS, enquanto partido, era apenas uma aparência. Distanciou-se de anteriores escolhas e não conta para as listas autárquicas com aqueles que não cumpriram o seu mandato. Esforçou-se e procurou levar à discussão pública temáticas importantes para a cidade.
Filipe Nunes tem a ambição de ganhar a câmara, encontrar um candidato para vencer e não para “perder por poucos”. Distancia-se dos maus resultados e também daqueles que não cumpriram o seu mandato. Entende que é tempo de tentar uma alternativa aos que durante quase duas décadas não conseguiram fazer do PS Viseu um partido autárquico ganhador, dando lugar a uma nova geração de vontades.
Convém lembrar, para repor equidade na avaliação de quem assumiu ou não responsabilidades políticas, que há casos e casos. Quando o primeiro vereador do PS, Miguel Ginestal, assumiu as funções de governador civil tratou-se, como é óbvio, de responder positivamente a um outro desafio, igualmente importante para o concelho e para o distrito. Não é um abandono, mas um outro enquadramento institucional que o colocou como interlocutor do governo entre a administração central, a administração local, demais entidades e instituições. E fez um bom trabalho.
O PS estava a precisar deste debate interno. Os candidatos têm, pois, o mérito de ter conseguido inovar e promover a discussão de novas ideias para a ação política. Se este espírito prevalecer, o PS Viseu parte mais consistente e afirmativo para os próximos desafios eleitorais e, para o ano, temos eleições autárquicas.
As propostas para o concelho são uma outra tarefa para a futura direção política. Lembro que a valorização do trabalho do PS se fará pelo mérito das suas propostas e não pela desvalorização do que está realizado. O eleitorado está cansado dessa atitude.
A escolha dos eleitores, muito personalizada, irá recair sobre uma de entre várias personalidades, muito ou pouco conhecida, que dê garantia suficiente que um novo ciclo de desenvolvimento vai acontecer, que não apenas de crescimento, com políticas que reforcem e qualifiquem a vida dos cidadãos.
O PS Viseu tem essa responsabilidade, a de fazer acontecer esse novo paradigma de desenvolvimento. As pessoas querem novas oportunidades, trabalho qualificado, constituir a sua família, ficar e não partir! O PS Viseu tem de responder a essa ambição!
DV 2012-05-23
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