O secretário-geral do PS insistiu que hoje que os limites ao défice e à dívida na lei de enquadramento orçamental devem ter valor reforçado, de maioria absoluta, e não de dois terços como defende o primeiro-ministro.
A posição de António José Seguro foi assumida em conferência de imprensa conjunta com o líder do grupo parlamentar socialista europeu, Hannes Swoboda, na sede nacional do PS.
"O PS é um partido defensor da permanência de Portugal na zona euro e nesse sentido considera que deve acolher em legislação nacional a regra de ouro [limites ao défice e dívida], mas entende que essa regra deve ser inscrita numa lei de valor reforçado. Todos os orçamentos do Estado devem obediência à lei de enquadramento orçamental e nesse sentido é uma lei que exige uma maioria absoluta de votos", sustentou o líder dos socialistas.
Confrontado com a proposta do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de dar atribuir paraconstitucional à inscrição da regra de ouro na lei de enquadramento orçamental, António José Seguro demarcou-se dessa perspetiva.
António José Seguro começou por referir que o primeiro-ministro defendeu antes que a regra de outro fosse inscrita na Constituição da República, ideia que teve a oposição do PS.
"Agora o primeiro-ministro vem dizer que a regra de outro deve ser inscrita numa lei mas com uma maioria de dois terços - e eu considero que não é necessária essa maioria. Não há nenhum tratado europeu que Portugal tenha aprovado com a exigência de uma maioria de dois terços. Então porque razão essa regra de outro deveria exigir dois terços?", questionou o secretário-geral do PS.
Depois, António José Seguro reforçou que nenhuma lei do orçamento "pode ferir uma lei de enquadramento orçamental" e lançou uma advertência à atuação política da maioria governamental a propósito desta matéria europeia.
"Portugal tem tantas dificuldades e, por isso, esta matéria [sobre a regra de ouro] não deveria ser objeto de disputa partidária, porque na substância há acordo. O país tem cerca de 80 por cento da suas representação política de acordo com a necessidade de a regra de ouro ser traduzida para uma lei nacional", disse.
A seguir, Seguro deixou um apelo à maioria governamental: "Por favor, não se inventem divergências só por razões partidárias", disse
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