segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MIRA AMARAL PEDE INTERVENÇÃO DO PR, PORQUE GOVERNO SOZINHO É INCAPAZ

Económico  
Mira Amaral considera que a austeridade é necessária, mas que o Presidente deve moderar os cortes aplicados pelo Governo.
Numa análise sobre a situação do País, Mira Amaral defende que "os tempos são muito difíceis e que fazer uma política de austeridade é inevitável e indiscutível, mas com calibração social". Nesse sentido, o ex-ministro de Cavaco Silva considera que a magistratura de influência do Presidente da República é importante para moderar a austeridade imposta pelo Governo.
"A situação é tão dramática que o Governo, entregue a si próprio, terá tendência a fazer cortes excessivos e, às tantas também do ponto de vista social, levar a situações difíceis. É aí que o Presidente da República deve intervir, compreender que o Governo tem de fazer estas medidas que não são agradáveis, mas, num caso ou outro, exercer alguma moderação", afirmou Luís Mira Amaral, em entrevista ao programa Gente que Conta, do Diário de Notícias e da TSF, frisando que, tendo mais experiência política e sendo mais velho que o primeiro-ministro, Cavaco Silva deve dar uma "palavra de moderação e bom senso" a Passos Coelho.

Crise vai durar mais três ou quatro anos
No mesmo comentário, Mira Amaral afirma que "é totalmente irrealista querer crescimento económico neste momento", sublinhando que "andámos dez anos com o País estagnado, a competir com o Haiti em termos de crescimento económico, querem agora que um Governo que apanha o País em situação de falência de um dia para o outro ponha o País a crescer".
Para o presidente da comissão executiva do Banco Bic português, o País só vai voltar a crescer depois de conseguir desendividar-se, reduzir o nível de dívida pública e fazer as reformas estruturais agora iniciadas pelo Governo. "Este caminho em termos de recuperação económica, de ver luz ao fundo do túnel, eu acho que vai levar no mínimo três quatro anos", disse.

Cumprir programa da troika é essencial para renegociar
Mira Amaral defendeu ainda que cumprir o programa da troika é essencial para renegociar em caso de necessidade. "Se cumprirmos o que está lá no programa, temos autoridade moral para poder renegociar se for necessário e eu acho que pode ser necessário", disse, argumentando que "em primeiro lugar, faltam recursos financeiros e, em segundo, a situação internacional está pior do que quando o programa foi negociado".

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