sábado, 7 de janeiro de 2012

“SABE BEM, PAGAR TÃO POUCO” - Jerónimo Martins

Jerónimo Martins é (foi) um apoiante deste governo. Contribuiu, como é público, tal como Belmiro de Azevedo, com a sua imagem – pelo menos – para a campanha do PSD.
A sua “finta” ao envolvimento de toda a sociedade portuguesa no combate a uma crise que – HOJE – todos assumem ter origem e dimensão internacionais, é uma “fraude ética” antes de se constituir em “fraude fiscal”.
Num momento em que todos não somos demais para evitar o pior – é assim que os cidadãos europeus estão a fazer nos respetivos países – não há ninguém que se possa subtrair ao esforço nacional.

Mais do que punir, é necessário prevenir.
Foi exatamente isso, prevenir, que o PS fez quando no OE 2012 apresentou uma proposta que dificultava a atitude comum a todos os “jerónimos” que andam por aí e cuja “pátria é o dinheiro”. O governo resolveu “chumbar” a iniciativa socialista e deixou mais desprotegido o interesse nacional.
Perante o fato consumado, o governo não tomou nenhuma atitude, pelo menos até ao momento em que escrevo. É um mau sinal. No imediato, sei que pouco mais pode fazer do que condenar a “fraude ética”, mas era desejável que já o tivesse feito.
Um grupo que fatura cerca de oito mil milhões não pode eximir-se às suas responsabilidades e o governo não pode esconder-se atrás do silêncio. Não é fácil “digerir” um aumento – feito com estardalhaço - de dois “papos-secos” por dia às pensões mínimas, rurais e sociais, e ao mesmo tempo deixar impune, mesmo que só socialmente, um ato ofensivo para todos nós.
A ser assim, se o governo pactuar, nem que seja pelo silêncio, faz todo o sentido o lema utilizado por uma das empresas do grupo Jerónimo Martins: “SABE BEM, PAGAR TÃO POUCO”.
DV 2012-01-04

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