Na sua mensagem de ano novo o Presidente da República chamou a atenção para a necessidade de uma “agenda para o crescimento e emprego”, sublinhando que sem ela não é possível vencer a crise. Apelou ao diálogo do governo com os parceiros sociais e com as oposições na Assembleia da República. Fez notar que a situação social se pode tornar explosiva e que, portanto, é necessário mais e melhor empenhamento.
O Partido Socialista tem razões para “sorrir”, porque tudo quanto foi dito pelo Presidente tem sido - “ipsis verbis” - o discurso de António Seguro. Agenda para o crescimento e emprego, propostas concretas nesse sentido, medidas que poderiam ter aliviado a carga fiscal, demonstração do excesso com o corte de subsídio de Natal em 2011 e os que se seguem em 2012, excesso na carga máxima do IVA para o gás, eletricidade, alimentação, iniquidade fiscal e social, entre outros, têm sido atitudes e preocupações permanentes.
O governo disfarçou o melhor que pôde dizendo que partilhava as preocupações do Presidente. Foram muitas as vezes em que José Sócrates fez politicamente o mesmo, como primeiro-ministro. Por isso não estranhei o aplauso, nem de Passos Coelho ou Vitor Gaspar, nem dos líderes parlamentares da maioria. Que remédio, respirar fundo, sorriso amarelo e aguentar. Pois claro!
Tudo isto, no passado como no presente, se compreende para minimizar estragos na opinião pública e na confiança das pessoas, dos agentes económicos e, agora, nos mercados financeiros. Compreende-se, no entanto, uma vez, mas não se aceita como prática reiterada do Presidente da República.
Terminou mal como primeiro-ministro, deixando o país em crise profunda e vai terminar mal este mandato, tão mal ou pior do que o modo como o começou, dando o tiro de partida para uma crise política que se somou à crise económica.
É uma pessoa instável e instabilizadora, que falhou como primeiro-ministro e é um desastre como Presidente da República. Nenhum governo pode contar com ele. O país não precisa de Cavaco Silva, mas precisava de um Presidente da República por inteiro. Não há governo que lhe resista, nem país que o suporte.
Disse, no seu discurso, que “Portugal é maior do que a crise que vivemos”. É verdade, mas Portugal é também maior, muito maior, do que o Presidente que temos.
Afinal, o discurso que fez foi escrito por si ou é apenas uma cópia daqueles que têm sido feitos pelo líder do PS? Quem escreveu o discurso do Presidente da República?
DB 2012-01-05
Estou plenamente de acordo. Se tinhamos aprovado o PEC 4 estavamos muito melhor. Sou contabilista mas não sou socialista.
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