As últimas notícias que envolvem a Troika e o FMI dizem duas coisas, respectivamente: vamos receber mais uma parcela da assistência financeira e enfrentaremos mais um agravamento de impostos ainda este ano.
Paradoxal é, no entanto, afirmar, por um lado, a impossibilidade de aumentar mais os impostos e, por outro, ouvirmos exactamente o contrário. Em síntese, Troika e FMI não se entendem.
Se, porventura, alguém nos próximos dias vir na televisão uma personagem, a sós, que já nos é familiar, o ministro Vitor Gaspar, teremos de concluir duas coisas: uma é a da confirmação de mais um aumento de impostos e outra a de que o 1º Ministro não cumpriria a sua palavra. Neste último caso, para fazer sentido, lembro que o Dr. Pedro Passos Coelho disse que seria pela sua voz que os portugueses iriam conhecer um qualquer outro agravamento da carga fiscal.
Então, o melhor, seria não vermos nem um nem outro. Poderia significar boas notícias para todos. Os limites para os nossos sacrifícios estão ultrapassados, pese embora o senhor Presidente da República ter trocado a fasquia imposta ao governo anterior por uma outra, colossalmente mais elevada, que ainda não definiu como limite. Grande silêncio da mais alta magistratura da nação!
Está a esgotar-se o tempo em que o atirar de culpas para o governo anterior justifica tudo. Essa, a desculpa permanente com o governo anterior, é mais um compromisso não assumido.
António Guterres reduziu a menos de 3% o défice de quase 7% deixado pelo ex-Primeiro Ministro Cavaco Silva. E José Sócrates reduziu para menos de 3% défice semelhante deixado pelos governos PSD/CDS de, respectivamente, Durão Barroso e Santana Lopes. A direita sempre nos conduziu às dificuldades e o PS sempre recuperou o país dessas mesmas dificuldades.
A grande diferença está em que o PS sempre acompanhou a recuperação com investimento e este agora, fundamental para o nosso reencontro como povo, com a confiança e a esperança, não existe. Lamento, mas não existe um único incentivo para a economia e o emprego.
E tudo fica dito sobre a matéria, se recordarmos que as projecções do governo para 2015, depois de 4 anos de violentos sacrfícios, dão-nos a notícia, a incompreensível noticia, de que o desemprego, nessa altura, será o mesmo de hoje. Então, austeridade para quê?
DB 2011.09.18
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