Económico com Lusa
Um aumento desta taxa para os 23% vai agravar ainda mais a situação da restauração.
Uma nova subida da taxa intermédia do IVA, para compensar a redução da TSU, é o "pior cenário, impensável e catastrófico" para a restauração.
A restauração vai despedir 120 mil trabalhadores, encerrar metade dos seus estabelecimentos e reduzir as receitas em dois mil milhões de euros se a taxa de IVA subir de 13% para 23%, segundo cálculos da AHRESP.
Uma nova subida da taxa intermédia do IVA, para compensar a redução da taxa Social Única (TSU), é o "pior cenário, impensável e catastrófico" para este sector, alertou José Manuel Esteves, secretário-geral da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
"Neste momento, com os 13% do IVA actual, estamos a preparar-nos para despedir 32 mil trabalhadores até ao final de 2013. Só isto, já implica uma série de catástrofes", acrescentou, defendendo que Portugal devia fazer como a Irlanda baixar a taxa intermédia do IVA para a taxa reduzida.
Um aumento desta taxa para os 23% vai agravar ainda mais a situação da restauração, segundo a associação que estima ter de fechar 54 mil estabelecimentos, dos 85 mil que o sector tem, e mandar para o desemprego 120 mil postos de trabalho directos, além da prevista quebra de receitas em quase dois mil milhões de euros.
"Mas o que é ainda mais grave, face a uma subida do IVA, é que se está a promover a evasão e fraude fiscal, e a economia paralela", disse à Lusa José Manuel Esteves.
A AHRESP defende por isso que o Governo deve eliminar "qualquer possibilidade de aumento" da taxa do IVA no sector, alertando que tal medida vai provocar "o colapso" da economia nacional e destruir o sector do turismo, líder das exportações de Portugal, e a esperança para a recuperação da economia nacional.
Sobre a TSU, José Manuel Esteves minimiza qualquer influência directa e imediata desta medida na economia, mas alerta que "a cura (descida da TSU) não pode matar o doente".
A AHRESP, que entregou ao Governo este estudo sobre o impacto da subida do IVA no sector da restauração, lembra ainda que desde a entrada em vigor do euro, em 2002, os preços de venda na restauração "só" sofreram um aumento acumulado de 6,5% dos preços, por oposição à inflação e salário que aumentaram respectivamente 26,7% e 24,8%.
"As nossas margens de lucro estão esmagadas, e os preços de venda são inferiores em 19% à média europeia e 14% à média espanhola", acrescentou o secretário-geral da AHRESP
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