Acredito que aos socialistas militantes cabe a responsabilidade de escolherem os seus dirigentes, os seus candidatos e definir a sua vida interna. Podem fazer fazer as suas primárias para chegarem às suas escolhas. A partir daí é fundamental abrir o partido ao debate político, com os socialistas e todos os outros que nele queiram participar.
Estatutariamente, já hoje é possível que cidadãos possam participar, por exemplo, nas reuniões das comissões políticas, oferecer contributos programáticos, ajudar a definir políticas, participar na vida pública ao lado do PS e representá-lo nas diferentes candidaturas. E esta atitude tem sido fundamental para envolver a sociedade na vida pública e tornar o PS mais atractivo.
Não conheço nenhum partido, sobretudo à esquerda do PS, com tanta liberdade e pluralidade. Não conheço nenhum partido, em nenhum quadrante político, em que a liberdade de opinião seja tão elevada e sem que a diferença constitua um delito.
Há, no entanto, no PS um espaço de reserva interna, tal como acontece na vida de cada um. Foi um erro permitir que alguém filiado com seis meses possa de imediato ascender, por exemplo, a Secretário Geral do PS.
Temos, nesta matéria, o exercício de muito voluntarismo, mas também muitos desgostos. Ser socialista não pode ser uma moda, não pode depender de nenhuma conjuntura, porque a estrutura ideológica forma-se ao longo do tempo, mesmo para aqueles que já estão filiados. É um processo longo de maturação incompatível com impulsos de um qualquer momento ou interesse.
Poderemos fazer primárias entre nós, mas não podemos transformar uma novidade, só porque o é, em algo que automaticamente será bom, porque regra geral assim não acontece. Nem poderemos, sobretudo, transformar uma novidade, só porque o é, numa debilidade.
É por tudo isto que não concordo com primárias para escolher o PS fora do PS
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