O memorando acordado com a "Troika" foi negociado pelo Governo e subscrito pelo PS, PSD e CDS. Tendo sido Governo e agora oposição nada pode justificar não cumprir com os compromissos assumidos. Este deverá, no meu entender, ser o registo do PS.
Há, no entanto, duas maneiras, indesejáveis, de não cumprir o acordo.
- Uma é não alcançar os objectivos nele considerados
- A outra é ultrapassar esses objectivos com recurso a uma austeridade não prevista
O que Pedro Passos Coelho e o Governo PSD/CDS pretendem é desrespeitar o acordado procurando, ao abrigo do contexto, "forçar" uma austeridade não prevista e desnecessária.
A questão que se coloca é esta: deve ou não o PS apoiar o Governo nesta sua intenção. A resposta é simples: não! E não, porque não respeita o acordo, mas porque exige sacrfícios "extra" ~sem explicação.
As instituições de referência acabam de divulgar a diminuição do défice em 89% nos primeiros 5 meses de 2011. Significa que a meta do défice para 2011 será cumprida. Não são necessárias, portanto, medidas adicionais. O Governo cessante acaba de de demonstrar, durante cinco meses, que isso é possível.
Já para 2012 e 2013, tal como já dissera o Governo de José Sócrates, são necessárias novas medidas. No fundo e no fim é isso que está no memorando e que o então Primeiro Ministro José Sócrates comunicou aos portugueses.
Como nos lembramos, pelos vistos nem todos, essa "verdade" foi diabolizada pela Oposição, hoje Governo, afirmando-a como excessiva e desnecessária.
Não só não me esqueço deste facto, como discordo de medidas "extra" que podendo servir os interesse do Governo, não interessam ao país, nem aos portugueses.
Sabemos que o clima recessivo significa desemprego. Mais austeridade significa mais recessão e mais desemprego.
Não concordo, portanto, que se desrespeite o memorando acordado, quer por defeito, quer por excesso.
Sem comentários:
Enviar um comentário