Ontem viveu-se um momento inédito com o chumbo, por duas vezes repetido, da candidatura de Fernando Nobre a Presidente da Assembleia da República. Era um desfechomais do que previsível e, por isso, perfeitamente evitável. O próprio CDS, parceiro de coligação do PSD, já havia dito, ainda em campanha, que não apoiaria esta solução.
Pedro Passos Coelho ignorou a realidade e sujeitou uma personalidade que diz respeitar a uma humilhação desnecessária. E foi um mau começo para a coligação. Bem podem dizer que uma coisa é o Governo e outra coisa a Assembleia. Bem podem dizer que o acordo de Governo nada tem a ver com o entendimento parlamentar.
Fernando Nobre, o próprio, mais uma vez, não se deu ao respeito. Depois de na campanha presidencial ter assegurado que nunca aceitaria o convite de nenhum partido fez exactamente o contrário. E tendo dito que se não fosse eleito Presidente da AR se demitiria, fez exactamente o contrário.
Afirmou, em tom quase patético que "partia com o sentido do dever cumprido". Mas partia para onde, se fica na Assembleia? E qual dever cumprido, se o que temos é alguém com uma ambição desmedida que não foi alcançada?
Tudo isto, perante uma coligação que tem pela frente um desafio enorme, por ela própria precipitado, dá confiança a alguém? Não. A imaturidade nunca foi boa conselheira.
Uma pessoa que quer ser P.R., perdeu! Como brinde oferecem-lhe o lugar de P.A.R, ineditamente é reprovado duas vezes. Ele que não queria ser Deputado, que remédio teve, senão perdia em tudo. Ele se calhar até nem teve culpa destas trapalhadas, mas é um péssimo exemplo que vem da classe política. Pela sua carreira profissional, seria preferível aproveitar ser ministro da saúde, e porque não o foi????
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